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PF fecha a conta: R$ 559 mil na casa do ex-secretário de São Sebastião!

Depois de várias horas de contagem ininterrupta, investigadores atualizaram montante apreendido na residência de Marcelo Luís de Oliveira, alvo da Operação Torniquete, inicialmente estimado em R$ 450 mil

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Julia Affonso e Luiz Vassallo
Atualização:

 Foto: Reprodução/PF

* Atualizado às 16h09 de 01/12/2017

A Polícia Federal terminou a contagem da dinheirama encontrada na residência do ex-secretário de Assuntos Jurídicos do município de São Sebastião, Marcelo Luís de Oliveira: R$ 559 mil em notas de R$ 50 e R$ 100 foram encontradas em uma mala.

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A contagem inicial havia chegado a R$ 450 mil.

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Oliveira é alvo da Operação Torniquete, investigação que mira suposto desvio de R$ 100 milhões de contratos da gestão do ex-prefeito de São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, Ernane Primazzi (PSC), entre 2009 e 2016.

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+ As malas no caminho da PF

O ex-secretário está sendo autuado em flagrante porque em sua casa também foi encontrado um revólver calibre 38 com numeração raspada e mais 101 munições.

O inquérito da Operação Torniquete identificou evolução patrimonial 'desproporcional' de empresas contratadas pela prefeitura nas duas gestões de Primazzi, naquele período.

Segundo a Procuradoria, o capital social da Ecopav, responsável por serviços de coleta de lixo e varrição, saltou de R$ 15,2 milhões, em 2009, para R$ 76,5 milhões, em 2016.

Outras duas empresas, a Volpp Construtora e a Ecobus Transporte, também são alvo da investigação.

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"Até o momento, as irregularidades foram constatadas nos contratos com as três companhias, mas há indícios de que outras também tenham sido favorecidas por meio do esquema", destaca a Procuradoria.

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As investigações apontam para um amplo esquema de cobrança de propinas durante os dois mandatos de Primazzi para o direcionamento de licitações, a prorrogação indevida de contratos e o pagamento por obras não executadas e serviços não prestados. Em contrapartida, as empresas contratadas repassavam parte dos valores obtidos com as contratações ilícitas aos agentes públicos.

Interceptações telefônicas e escutas ambientais com autorização judicial realizadas ao longo de 2016 'indicaram a participação direta de integrantes do primeiro escalão do governo municipal nas negociatas, além de vereadores e outros servidores públicos municipais'.

"O então prefeito (Primazzi) era quem coordenava as fraudes e o desvio de recursos dos cofres públicos", assinala a Procuradoria.

COM A PALAVRA, ERNANE PRIMAZZI

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O advogado Francisco Duque Estrada, que defende Ernane Primazzi, afirmou que o ex-prefeito está 'perplexo' com a Operação. Ernane Primazzi foi alvo de busca e apreensão. Segundo o defensor, 'não foi encontrado nada que o vinculasse a desvios'.

"Com todo respeito à diligência do juiz e da Polícia Federal, me parece que há um grande equívoco, creio que foi uma medida açodada", declarou.

"Ele está perplexo, como a defesa está indignada pela medida cautelar."

O defensor afirmou que foram apreendidos 'um notebook, um celular e documentos pessoais'. De acordo com o advogado, não houve mandado de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor.

"Nunca foi intimado (a prestar depoimento)", disse o defensor. "Hoje apenas ele ficou sabendo da existência do inquérito. Não sabemos o teor da apuração."

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COM A PALAVRA, ECOPAV

Contrariamente do teor de que tratou a matéria, cronologicamente citaremos uma rápida lista de fatos decorridos pouco antes dos períodos de 2009 até o momento final de 2015.

Com certeza de que fatos são comprováveis.

Iniciamos em 16/12/2008 o contrato com a Prefeitura do Município de São Sebastião. Pouco antes desta data, já atuávamos nos municípios de Ituiutaba, Jales, Fernandópolis, São Roque e Itaquaquecetuba.

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