Julia Affonso, Fausto Macedo e Fabio Serapião/BRASÍLIA
20 de dezembro de 2018 | 07h47
Aécio Neves. Foto: Dida Sampaio/Estadão
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 20, a segunda fase da Operação Ross, que investiga suposta propina do Grupo J&F ao senador Aécio Neves (PSDB) entre 2007 e 2014. Policiais federais cumprem 3 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, em endereços ligados ao parlamentar investigado.
São alvos a mãe de Aécio, Inês Neves da Cunha, e o primo Frederico Pacheco. Os mandados foram expedidos pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, após solicitação da Polícia Federal.
A primeira fase foi deflagrada no dia 11 de dezembro e fez buscas em endereços do próprio senador, da irmã dele, Andréa Neves, e do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP).
Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os R$ 100 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, em troca dos recursos financeiros, Aécio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) além de influência junto ao governo estadual de Minas Gerais, neste caso, com o objetivo de viabilizar a restituição de créditos tributários.
Ross faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.
COM A PALAVRA, O SENADOR AÉCIO NEVES
Recebemos com absoluta indignação a notícia de busca na residência da mãe do Senador Aécio Neves, uma vez que ela nada tem a ver com os fatos em apuração.
Desnecessária e descabida, a busca foi realizada a partir de uma denúncia anônima. Nada foi encontrado e nenhum documento apreendido.
Bastava que se consultasse o sistema de imagens do prédio para se comprovar a falsidade da denúncia e se evitar violência e afronta à privacidade de uma cidadã brasileira.
A empresa Albatroz mencionada ficou inativa por sete anos até ser extinta seis anos atrás, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca numa empresa que as autoridades sabem não existir. O mesmo endereço já havia sido alvo de busca e apreensão em 2017 e nada de irregular foi encontrado.
Reiteramos, como já feito em diversas oportunidades, que o senador Aécio sempre esteve à disposição de todas as autoridades, sendo ele o maior interessado na elucidação dos fatos.
Por fim, aguardamos a finalização célere das investigações para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusações feitas por delatores, criminosos confessos, que ensejam esse inquérito.
Alberto Zacharias Toron
Advogado
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