A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 1, mais uma fase da Operação Acrônimo, que investiga irregularidades de campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT-MG), quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os agentes fazem buscas em endereços de pessoas ligadas ao petista, entre elas o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o também ex-ministro do Desenvolvimento Mauro Borges. Ele é amigo de Pimentel e seu apadrinhado político.
Estão sendo cumpridos 40 mandados em Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo e Goiás. Segundo fontes com acesso às investigações, estão sendo cumpridos mandados nos endereços da Odebrecht, Casino, Gol, CBF e Marfrig.
A PF cumpre cerca de 40 mandados de busca e apreensão em cidades como Belo Horizonte e em Brasília. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Acrônimo, desencadeada inicialmente em maio, tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.
Pimentel é investigado por receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao ministério do desenvolvimento, que ele comandou de 2011 a 2014.
COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA PIERPAOLO BOTTINI, DEFENSOR DE FERNANDO PIMENTEL
"Ainda não tivemos acesso às razões da medida, mas assim que soubermos tomaremos as medidas necessárias."
COM A PALAVRA, MAURO BORGES
O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges esteve na superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira, 1o. de outubro, para prestar depoimento no âmbito na Operação Acrônimo. Mais cedo, foram apreendidos pela PF em sua residência equipamentos eletrônicos tais como tablets, notebooks e telefones celulares. A ação da Polícia Federal não guarda relação com a Cemig, empresa atualmente presidida por Mauro Borges.