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André Puccinelli (PMDB), ex-governador do MS, é alvo de buscas na Lama Asfáltica

PF investiga um grupo que teria desviado recursos públicos federais por meio de obras de pavimentação de rodovias, construção e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica; contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Andre Puccelli chega para depor na PF. FOTO ALVARO REZENDE /CORREIO DO ESTADO Foto: Estadão

Atualizada às 21h14

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A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União e a Receita Federal, deflagrou nesta terça-feira, 10, a 2ª fase da Operação Lama Asfáltica - Operação Fazendas de Lama. A casa do ex-governador do Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) foi alvo de mandado de busca e apreensão.

Foram presos temporariamente o ex-deputado federal Edson Giroto (PR-MS) - também alvo de buscas - o empresário João Amorim e três filhas. A PF informou ainda que apreendeu com investigados um total de US$ 50 mil e cerca de R$ 500 mil em dinheiro vivo.

Giroto foi titular da antiga Secretaria de Obras Públicas e Transportes de Mato Grosso do Sul, durante os mandatos do ex-governador André Puccinelli (PMDB), entre 2007 e 2010. Retornou o cargo em 2013 e 2014. Na 1ª fase da Lama Asfáltica, em julho do ano passado, agentes estiveram na casa de Giroto, que na época era assessor especial do Ministério dos Transportes.

A PF investiga um grupo que teria desviado recursos públicos federais por meio de obras de pavimentação de rodovias, construção e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.

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Cerca de 200 policiais federais, com apoio de 28 auditores da CGU e 44 da Receita Federal, cumprem 67 mandados judiciais, sendo 28 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 24 de sequestro de bens de investigados.

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As medidas estão sendo cumpridas nos municípios de Campo Grande/MS, Rio Negro/MS, Curitiba/PR, Maringá/PR, Presidente Prudente/SP e Tanabi/SP

"Durante a primeira fase da Operação, cujas investigações iniciaram-se em 2013, foi constatada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos", informa nota da PF.

Nesta fase, após a análise dos materiais apreendidos novas fiscalizações realizadas pela CGU e relatórios da Receita Federal, 'foram verificados fortes indícios da prática de lavagem de dinheiro, decorrente, inclusive, de desvio de recursos públicos federais e corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie'.

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Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em Campo Grande/MS, bem como os materiais objetos das buscas e apreensões.

O nome Fazendas de Lama faz referência a procedimentos utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.

A reportagem ligou diversas vezes para o escritório político de André Puccinelli, mas ninguém atendeu. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE EDSON GIROTO

O advogado José Valeriano de Souza Fontoura afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito e nem à decisão que decretou a prisão temporária do ex-deputado Edson Giroto.

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"Não tenho a motivação, não posso dizer nada."

COM A PALAVRA, A DEFESA DE JOÃO AMORIM

O advogado Benedicto de Figueiredo informou que ainda não teve acesso ao decreto de prisão e ao inquérito.

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