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PF busca divergências entre renda e ativos do filho de Lula

Alvo é Luís Cláudio Lula da Silva, cuja defesa questionou Lava Jato sobre ‘a forma que será utilizada para a realização dos exames econômico-financeiros e, ainda, quais documentos serão utilizados para embasar a perícia’

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Foto: Paulo Pinto/Estadão

A Polícia Federal vai analisar se há compatibilidade entre os rendimentos declarados por Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e sua movimentação financeira. O delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, determinou a realização de perícias financeiras na documentação fiscal e bancária de Luis Cláudio, de seu irmão Fábio Luis, e de seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna - donos oficiais do sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Operação Lava Jato afirma ser do petista.

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Em ofício à Polícia Federal, Luis Cláudio, por meio de seus advogados, pediu esclarecimentos sobre 'a forma que será utilizada para a realização dos ditos exames econômico-financeiros e, ainda, quais documentos serão utilizados para embasar a perícia'.

"Não consta nos autos deste Inquérito Policial qualquer dado bancário/fiscal de Luis Cláudio Lula da Silva, tampouco existe qualquer decisão judicial de quebra de sigilo bancário/fiscal em desfavor do mesmo", informa o ofício da defesa do filho de Lula, anexado aos autos na quarta-feira, 10.

 

Márcio Anselmo respondeu à defesa de Luis Cláudio um dia depois, seguindo a mesma linha de um despacho anterior do delegado, no qual pediu a perícia financeira. "Quanto ao requerido por Luís Cláudio Lula da Silva como transcrito pela defesa, trata-se simplesmente de análise pericial sobre movimentação bancária e fiscal, a fim de apontar se a mesma apresenta compatibilidade entre rendimentos declarados e movimentação financeira", disse na quinta-feira, 11.

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Lula é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos - do ex-presidente.

Perante a Justiça Federal em Brasília, o petista foi denunciado criminalmente há dez dias por tentativa de obstrução às investigações da Lava Jato, junto com o ex-senador e ex-líder do Governo no Senado Delcídio Amaral (ex-PT-sem partido/MS). Os dois são acusados de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, que fez delação premiada.

A Lava Jato considera ter elementos para apontar que o sítio e o tríplex, apesar de estarem registrados em nome de terceiros, eram de Lula - beneficiário de recursos de propina da Petrobrás. Para os delegados e procuradores, a compra e a reforma dos imóveis envolveram empreiteiras do cartel que fatiavam obras na Petrobrás, mediante pagamentos de propinas para PT, PMDB e PP.

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