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Perillo preso

Ex-governador de Goiás é investigado na Operação Cash Delivery por suposto repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht; juiz decretou prisão do tucano para 'garantia da ordem pública'

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Por Fabio Serapião/BRASÍLIA
Atualização:

Marconi Perillo. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo foi preso na tarde desta quarta-feira, 10, pela Polícia Federal. O tucano é investigado na operação Cash Delivery e já havia sido alvo de busca e apreensão na sexta-feira, 28.

Documento

DECISÃO

Prisão de Perillo evita recebimento de eventual saldo de propina, diz juiz

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Em 28 de setembro, Perillo foi alvo de busca e apreensão. Jayme Rincón, ex-tesoureiro de Perillo e coordenador da campanha ao governo do Estado de José Eliton (PSDB) - aliado do tucano e que busca a reeleição -, foi preso pela PF na ocasião.

Prisão de Perillo repercute nas redes

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Perillo foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

Preso, Perillo depõe e nega crimes

A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, "não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento."

"Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados", disse Kakay.

No dia da deflagração da Cash Delivery, o Ministério Público Federal, por meio de nota, informou que o tucano não havia sido alvo de mandado de prisão porque era candidato ao Senado e legislação eleitoral proíbe detenção na semana anterior ao pleito.

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COM A PALAVRA, A DEFESA DE PERILLO

A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região já concedeu duas liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de duas ilustres desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um "copia e cola" de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham contemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos . KAKAY

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