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Perícia contratada pela defesa de Rafael Ramos afirma que jogador do Corinthians não falou 'macaco'

Parecer técnico de 12 páginas subscrito por dois peritos com deficiência auditiva severa, que usam a leitura labial desde a infância, sustenta que o lateral português do Timão disse 'pô caral....' para o meio-campo Edenilson, do Inter de Porto Alegre, no jogo realizado sábado, 14, no Beira-Rio

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Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

Edenílson diz que Rafael Ramos o chamou de 'macaco' durante partida no Beira-Rio e jogador português foi autuado por injúria racial. Foto: Reprodução

Um laudo encomendado pela defesa do jogador português Rafael Ramos, lateral do Corinthians, concluiu que ele não chamou o também jogador Edenilson, meio-campo do Internacional de Porto Alegre, de "macaco". O documento vai ser usado na investigação aberta para saber se o atleta cometeu injúria racial.

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A análise foi feita a pedido do advogado Daniel Bialski pelo Centro de Perícias Curitiba. Dois peritos com deficiência auditiva severa, que usam a leitura labial desde a infância, assistiram as imagens da partida que ocorreu no último sábado, 14, pelo Campeonato Brasileiro. A conclusão foi a de que o lateral do Corinthians usou, na verdade, o palavrão "caralho".

Em uma análise fonética, a perícia diz ainda que a sílaba "ma" só pode ser pronunciada a partir da junção dos lábios, o que segundo o documento não ocorreu no caso.

"A palavra 'macaco' não consta na fala questionada, ficando comprovado que em nenhum momento houve a junção labial no início da pronúncia, com a formação da sílaba 'ma'", diz um trecho do relatório.

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Veja a transcrição do diálogo, segundo a perícia: 

Rafael Ramos: "Eiii...

Rafael Ramos: "Cê tá loco?!"

Edenílson: "maluco!"

Rafael Ramos: "Pô, caralho!"

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A Polícia Civil de Porto Alegre também pediu uma perícia nas imagens da partida.

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Rafael Ramos chegou a preso em flagrante depois de ter sido acusado de racismo ainda durante a partida. O jogador foi autuado por injúria racial e detido no posto policial do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Ele foi solto depois que o Corinthians pagou R$ 10 mil de fiança e responde em liberdade.

Nas redes sociais, Edenilson disse que "sabe o que ouviu" e que chegou a procurar Ramos para que ele "pedisse desculpas".

"Afinal, todos erramos e temos o direito de admitir, no meu modo de ver as coisas. Mas o mesmo continuou a dizer que eu havia entendido errado. Eu não entendi errado, o procurei pelo respeito que tenho por alguns integrantes do Corinthians e para que ele pudesse ter uma chance de se redimir, pois independente da nossa cor o caráter falará mais alto. Enfim, peço desculpas por não estar preparado para reagir a algo desse tipo", escreveu o atleta nas redes sociais.

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