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Perícia confirma que o outro corpo encontrado no Amazonas é de Bruno Pereira; indigenista e Dom Philips foram assassinados com arma de caça

Segundo a Polícia Federal, exame médico legal revela que indigenista foi vitima de disparos de arma de caça que o atingiram no tórax e na cabeça; jornalista também foi alvo de disparo de arma típica de caça que o acertou no peito

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Por Rayssa Motta
Atualização:

*Atualizado às 14h45

Indígenas protestam na avenida Paulista e pedem justiça por Bruno e Dom. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A Polícia Federal (PF) informou neste sábado, 18, que o outro corpo encontrado na região do Vale do Javari, no Amazonas, é do indigenista Bruno Pereira. A identidade do jornalista britânico Dom Phillips já havia sido confirmada ontem.

Os peritos do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília concluíram que o repórter e o indigenista foram assassinados a tiros: Bruno foi baleado três vezes, na cabeça e no tórax, e Dom uma vez, no peito.

Em nota, a PF disse que a morte do indigenista foi causada por "traumatismo toracoabdominal e craniano" e que os disparos, "com munição típica de caça", atingiram o "tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)".

Já Dom Phillips, ainda segundo a Polícia Federal, sofreu "traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, ocasionando lesões principalmente sediadas na região abdominal e torácica (1 tiro)".

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Identificação 

Comparações entre exames odontológicos entregues pela família de Bruno e a arcada dentária recolhida pelos policiais federais confirmaram a identidade do indigenista. O mesmo procedimento foi usado na identificação do repórter. No caso de Dom, houve ainda a análise de impressões digitais e caraterísticas físicas, método conhecido como "antropologia forense".

"Não existem indicativos da presença de outros indivíduos em meio ao material que passa por exames", diz o comunicado da Polícia Federal.

A perícia continua para identificação completa dos remanescentes e para tentar encontrar mais detalhes sobre a dinâmica do crime. Os policiais federais acreditam que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante. O envolvimento de facções criminosas também foi descartado.

Restos mortais encontrados nas buscas na Amazônia chegaram a Brasília na quinta-feira, 16, para perícia. Foto: Sérgio Lima/AFP

Terceiro suspeito preso 

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O terceiro suspeito de envolvimento no assassinato do indigenista se entregou neste sábado, 18, à Polícia Civil do Amazonas. Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, é apontado como alguém que participou diretamente do duplo homicídio e ajudou na ocultação dos corpos. Ele se apresentou por volta das 6h na Delegacia de Atalaia do Norte.

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Pelado da Dinha estava com a prisão decretada pela Justiça e era considerado foragido. De acordo com o delgado Alex Perez, uma equipe esteve ontem no sítio da mãe dele, em Benjamin, cidade vizinha à Atalaia do Norte, onde ele poderia estar escondido. O suspeito não foi encontrado e os policiais pediram a familiares que o convencessem a se entregar.

Também presos Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o crime e apontou onde os corpos foram enterrados, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Ambos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça do Amazonas por 30 dias.

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