Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Perder para mosquitos?

PUBLICIDADE

Por Paulo Cesar Guimarães
Atualização:
Arquivo Pessoal  

Sabemos que a expressão está batida e não parece séria, mas, em ano de Copa do Mundo, é boa como alerta: estamos perdendo de 7 a 1 para os mosquitos. Se antes só o Aedes aegypt preocupava, por conta de dengue, zika e chicungunha, agora os Haemagogus e Sabethes tiram o nosso sono com o crescimento dos casos de febre amarela silvestre no Brasil. Isso sem contar que o Aedes é que pode transmitir a doença na versão urbana.

PUBLICIDADE

O fato é que não podemos seguir sendo golpeados por mosquitos, principalmente por aqueles que ajudamos a criar com descuido, deixando acumular água parada nas nossas residências. Perder dentro de casa é triste.

Também não é possível negligenciar com a vacinação contra a febre amarela. Se você já recebeu a vacina, mas sabe de alguém que ainda não o fez e está, principalmente, em área rural, dê o alerta e insista com a pessoa para se proteger. No início dos anos 1900, Oswaldo Cruz deu todos os alertas, saiu vacinando a população e erradicou a febre amarela, apesar das críticas e da desconfiança da população.

Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) segue na batalha contra doenças que insistem em nos ameaçar, nas asas dos mosquitos. A cada verão, com chuvas e sol forte, sabemos que os mosquitos se multiplicam nas cidades e que precisamos redobrar a guarda contra eles. O problema é que muitos acabam esquecendo as orientações e deixam os insetos à vontade. Como a versão urbana da febre amarela só existe através do Aedes, ele continua sendo o inimigo a ser batido.

A morte de macacos infectados dá o sinal do problema maior, nas áreas de florestas. E eles são os melhores sentinelas, dando o primeiro alerta do risco da febre amarela, ao perder a própria vida para o mosquito. Por isso, não devem ser encarados como vilões. Vale repetir que os verdadeiros inimigos são bem menores e têm asas. Daí a importância de virarmos o jogo nessa luta diária, na defesa da nossa saúde.

Publicidade

* Paulo Cesar Guimarães. Infectologista e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase-RJ).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.