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People Analytics: um estímulo a mais para a alta performance

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Por Antônio Carlos Gonçalves
Atualização:
Antônio Carlos Gonçalves. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

People Analytics pode parecer mais um daqueles termos descolados em inglês utilizados no mercado, mas, na prática, fora do alcance da maioria de nós, certo? Errado. Na verdade, é uma forma de entregar informações assertivas, sem "achismos", fazendo do RH um setor ainda mais estratégico, com iniciativas mais atrativas aos colaboradores e que impactam diretamente na performance, na produtividade e nos resultados.

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Cuidar bem dos colaboradores, aliás, é prioridade para 47% dos mais de três mil CEOs entrevistados globalmente pelo IBM Institute for Business Value, que consideram o bem-estar do capital humano mais importante até do que a lucratividade no momento que ainda estamos vivendo - o que considero um ótimo sinal.

Particularmente, acredito que garantir o bem-estar dos times não é "coisa do RH" e o CEO tem papel fundamental em assegurar que as áreas de negócio partilham, de fato, de uma mesma cultura. E, como área estratégica do negócio, é o RH que fornece uma visão do todo com embasamento e que viabiliza a tomada de decisões assertivas para o negócio.

Nesse contexto, no qual resultados, alta performance e bem-estar se encontram, é que a importância de People Analytics é evidenciada, quando dados são utilizados para prever e solucionar desafios, identificar novas oportunidades e, com isso, implementar melhorias e construir programas internos em bases sólidas. Ou seja, é a união precisa entre análise de dados e gestão de pessoas.

O uso desta metodologia busca evitar aquela dinâmica que acredito que a maioria das pessoas já tenha presenciado pelo menos uma vez na vida: "resolver" um problema sem ter certeza de qual é a causa. A empresa se depara com uma demanda e, sem dados, presume a causa e desenvolve ações com base na intuição.

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Um exemplo são os casos clássicos de perda de talentos sem motivação aparente. A famosa companhia americana de pesquisa Nielsen foi uma da longa lista de empresas que já passaram por uma situação semelhante, mas recorreu às práticas de People Analytics para solucionar a questão.

Em busca de compreender porque as pessoas estavam deixando a companhia, a Nielsen utilizou variáveis e dados de colaboradores que pudessem fornecer insights para solucionar essa grave questão, que tinha como origem atritos internos. A partir da coleta desses dados, a Nielsen não apenas identificou os principais motivadores desses atritos, como promoveu medidas efetivas revertendo a situação e voltando a reter talentos. Nessa empreitada, a empresa também descobriu que a cada redução de 1% de turnover é possível evitar custos de US$ 5 milhões para o negócio.

Os dados têm poder, isso é inquestionável, e quanto mais empresas nativas do ambiente digital surgem com soluções inovadoras, mais informações relevantes elas são capazes de fornecer a outras empresas, para que desenvolvam um novo olhar sobre seu universo interno. E isso é bastante comum no mundo de onde venho.

RHs se surpreendem ao identificarem como produtividade e absenteísmo podem estar ligados, por exemplo, à forma como as pessoas se locomovem para chegar ao trabalho ou às dificuldades para realizar esse trajeto. Ou o quanto um novo dado pode ser decisivo para a localização de um novo escritório ou para traçar planos de Recrutamento & Seleção mais alinhados às necessidades da companhia.

Que a tecnologia e a era de dados tem revolucionado mercados em todo o mundo, nós já sabemos. É importante, porém, evoluir para um próximo passo: soluções automatizadas que aceleram o processo de tomada de decisão com foco nas pessoas, minimizam o risco de erros, calibram iniciativas com assertividade e, consequentemente, estimulam resultados em escala.

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Felizmente, desconheço um CEO que não deseje evoluir seu ambiente de negócio, garantindo performance e satisfação de seus times baseado em dados, a partir do bom uso da tecnologia. E a única maneira para que isso aconteça é sendo patrocinador integral dessas melhorias. Já pensou que isso pode começar pela forma como seus funcionários chegam à empresa? Vale pensar melhor sobre isso!

*Antônio Carlos Gonçalves, CEO do Fretadão

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