A defesa do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP-PE) informou à 13.ª Vara Federal, no Paraná, responsável pela execução da pena de condenados na Operação Lava Jato, que o ex-parlamentar está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Recife. Condenado a 20 anos e 7 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, em outubro de 2015, Corrêa foi submetido a uma cirurgia da coluna no dia 2 de maio.
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PLACAS E PARAFUSOSEx-deputado, Corrêa era um dos principais líderes do núcleo político do PP no esquema de fatiamento das diretorias da Petrobrás para arrecadação de propinas, alvo da Operação Lava Jato.
Os advogados anexaram ao processo duas fotos de Pedro Corrêa internado. Em ambas, o ex-deputado aparece no leito hospitalar. Ele aparenta estar mais magro.
Segundo os advogados do ex-deputado, o procedimento durou das 18h às 22h30 e o ex-parlamentar está 'tomando altas doses de analgésicos'. Foram colocadas 'duas placas e quatro parafusos ortopédicos para firmar a descompressão discal na coluna lombar'.
"Serve o presente petitório para relatar a realização do procedimento cirúrgico pelo requerente e requerer a continuidade de sua internação hospitalar, ainda sem previsão de alta, conforme o já autorizado por este r. Juízo", afirmou a defesa de Pedro Corrêa.
Lava Jato. Pedro Corrêa foi preso pela Lava Jato em 10 de abril de 2015, alvo da 11.ª fase, batizada de A Origem. O nome era uma referência à lavagem de dinheiro do mensalão envolvendo o ex-deputado do PP José Janene (morto em 2010), que deu início às apurações de corrupção na Petrobrás.
O ex-deputado assinou delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em março de 2016. Pedro Corrêa negociou mais de seis meses sua delação com a Lava Jato. Nela, o ex-líder do PP confirmou que a corrupção na Petrobrás era generalizada durante o governo Lula e usada como forma de comprar a base de apoio ao governo. Falou que o tema era tratado diretamente pelo ex-presidente.
O acordo foi devolvido em setembro de 2016 pelo então relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki - morto em 19 de janeiro, em acidente aéreo - para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Teori havia pedido novas diligências e cobrou uma redução na quantidade de assuntos tratados no acordo, em especial, os anexos com 'revelações genéricas, sem apontamento de fato específico, e o robustecimento de provas apresentadas'. Só depois, o termo deveria ser reapresentado para análise de homologação.
Além de 'vagas, sem provas específicas', as revelações do ex-deputado foram consideradas abrangentes demais pelo então relator da Lava Jato no Supremo. A decisão agora cabe ao ministro Edson Fachin, que relata a Lava Jato na Corte máxima desde a morte de Teori.