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Parlamentares do PT vão à PGR pedir investigação das mudanças de privacidade no WhatsApp

Petistas querem que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão abra frente de apuração para verificar se atualização respeita regras de proteção de dados e direitos do consumidor

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

As mudanças na política de privacidade do WhatsApp já foram notificadas aos usuários. No entanto, a plataforma pode ter dificuldades para manter as novas diretrizes a partir de maio, como foi anunciado. Isso porque parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) formalizaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de uma frente de investigação para apurar se as alterações estão em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e com o Código de Defesa do Consumidor.

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No centro do debate está um novo serviço que deve começar a ser prestado pelo Facebook, dono do WhatsApp, a grandes empresas que usam a plataforma de troca de mensagens para atender seus clientes: a hospedagem e o gerenciamento de dados. Hoje, há companhias certificadas que oferecem a funcionalidade. O Facebook de Mark Zuckerberg pretende virar uma deles.

Embora a empresa garanta que o conteúdo das mensagens continuará protegido e criptografado, os congressistas do PT levantaram dúvidas sobre a possibilidade de comercialização de informações dos usuários com empresas que contratarem os serviços do Facebook.

"Não está claro para o usuário como se dará o compartilhamento da informação sobre a interação do usuário entre as empresas do Facebook, nem como essa informação será utilizada pelas empresas que contratarem os serviços do Facebook e também não fica claro por quanto tempo o dado será tratado ou qual é a finalidade que deve ser atingida para colocar fim ao tratamento dos dados coletados", diz um trecho da representação.

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 Foto: Fábio Motta/ Estadão

Os petistas ainda observam que os protocolos de compartilhamento de dados de consumidores europeus, por exemplo, são diferentes dos usados no Brasil. Segundo a plataforma, a distinção é resultado das adaptações para atender à legislação de cada país.

Inicialmente, a atualização nas políticas de privacidade estava prevista para ser implementada até fevereiro. O debate sobre proteção de dados aberto na esteira das mudanças levou a empresa a adiar a medida para maio. Para esclarecer pontos levantados com a repercussão do anúncio, o WhatsApp lançou uma página com respostas às duvidas mais frequentes dos usuários - o que não impediu a migração para outros aplicativos de mensagens, como Telegram e Signal, que viram crescer o número de downloads.

A preocupação chegou, inclusive, a instituições de defesa do consumidor. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o Procon-SP entraram no caso. As instituições querem informações sobre a base legal da mudança.

COM A PALAVRA, O WHATSAPP

Procurada pela reportagem, a plataforma informou que ainda não foi notificada da representação.

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