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Para Lava Jato, Dirceu buscou enriquecimento pessoal

Investigadores sustentam que ex-ministro do Governo Lula agiu no Mensalão para enriquecimento do PT, mas agora propina ia para sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, que recebeu R$ 39 milhões

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Por Redação
Atualização:

 Foto: Dida Sampaio

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curtiba, Julia Affonso e Fausto Macedo

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O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse nesta segunda-feira, 3, que o fato de José Dirceu continuar recebendo propinas do esquema Petrobrás mesmo durante seu julgamento no processo do Mensalão justifica o decreto de prisão preventiva do ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula no âmbito da Lava Jato. Por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, o ex-ministro recebeu R$ 39 milhões, dinheiro supostamente procedente do esquema de propinas na Petrobrás.

"José Dirceu recebia valores desse esquema criminoso enquanto investigado no Mensalão. Recebia valores enquanto acusado no processo do Mensalão. Recebeu valores enquanto preso (na Papuda, em Brasília, já condenado no Mensalão). Seu irmão (advogado Luiz Eduardo Oliveira) foi a diversas empresas pedir pagamento de valores, doações para a empresa de José Dirceu", declarou o procurador.

Segundo ele, "a prisão, o processo do Mensalão, as investigações no âmbito do Supremo não inibiram a atuação de José Dirceu".

"Não temos porque crer que agora, mesmo em prisão domiciliar, (Dirceu) agisse de modo diferente. Esse agir atenta contra a ordem pública, é um desrespeito com as instituições nacionais, especialmente com o próprio Supremo Tribunal Federal. Tanto é verdade esses fatos que um dos presos temporários é o irmão de José Dirceu (advogado Luiz Eduardo Oliveira). Ele vai ter que explicar porque foi às empresas pedir dinheiro enquanto José Dirceu estava preso", afirmou o procurador.

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Delator diz que repassou R$ 4 mi para Dirceu via lobista e irmão de ex-ministro

Dirceu diz que "não aguenta mais a situação"

A força-tarefa da Lava Jato constatou que o empresário Fernando Moura, também alvo da Operação Pixuleco, "é um antigo lobista e operador ligado ao PT".

"(Moura) já vem de muito tempo, desde o escândalo envolvendo o ex-tesoureiro do PT Silvinho que recebeu uma Land Rover. Através de Fernando Moura, Renato Duque chegou à Diretoria de Serviços da Petrobrás. Esse esquema passa pela compra de apoio parlamentar, talvez seja o primeiro ponto. Passa por uma facilitação do núcleo das empreiteiras, pelo enriquecimento de algumas pessoas, caso de José Dirceu, enriquecimento pessoal, não mais do partido (PT)", diz Carlos Fernando dos Santos Lima.

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