Rayssa Motta
13 de maio de 2020 | 18h55
O general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), se manifestou contrário à divulgação da íntegra do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, peça chave no inquérito sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
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Em publicação no Twitter nesta quarta-feira, 13, o ministro defendeu que tornar o registro público seria ‘ato impatriótico, quase um atentado à segurança nacional’.
Pleitear que seja divulgado, inteiramente, o vídeo de uma Reunião Ministerial, com assuntos confidenciais e até secretos, para atender a interesses políticos, é um ato impatriótico, quase um atentado à segurança nacional. pic.twitter.com/fwTaKcG9OQ
— General Heleno (@gen_heleno) May 13, 2020
A reunião contou com a participação de mais de 30 pessoas, incluindo ministros, assessores e secretários e, segundo Heleno, tratou de assuntos confidenciais.
Até o momento, o vídeo foi exibido apenas a investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal, além da defesa de Sérgio Moro, do próprio ex-ministro e de representantes da Advocacia-Geral da União (AGU), que tiveram permissão ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para assistir ao conteúdo.
A defesa de Moro pediu ao decano, relator do inquérito sobre suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF, que determine a divulgação da íntegra do vídeo, ou ao menos que, ‘sejam publicizadas todas as falas do presidente durante tal reunião’. Segundo os advogados do-ex Ministro da Justiça e Segurança Pública, por se tratar de um ato oficial do governo, a divulgação integral do conteúdo caracterizará ‘verdadeira lição cívica’.
Fontes que acompanharam a exibição do vídeo avaliam que o conteúdo da gravação ‘escancara a preocupação do presidente com um eventual cerco da Polícia Federal a seus filhos’ e que Jair Bolsonaro justificou a necessidade de trocar o superintendente da corporação no Rio de Janeiro à defesa de seus próprios filhos alegando que sua família estaria sendo ‘perseguida’.
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