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Pandemia e a nova era para negócios em Educação

Por Leonardo Nascimento
Atualização:
Leonardo Nascimento. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O coronavírus está mudando completamente a dinâmica das instituições de ensino, que precisaram se reinventar com as dificuldades impostas pelo isolamento social. Do infantil ao superior, as escolas sofrem com a alta inadimplência, seja pela redução na renda das famílias, seja pela menor percepção de valor no serviço recebido durante a pandemia. É grande o número de escolas que estão fechando as portas e aquelas que continuam com suas atividades estão revendo o modelo de negócio, adaptadas para as aulas remotas.

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A situação forçou o uso de plataformas tecnológicas e a preparação de professores para a nova realidade. Mas quando falamos de um país tão desigual, as inovações demoram para chegar à rede pública e regiões menos favorecidas. Afinal, com a turbulência da crise, qual será o destino para o setor de educação?

O relaxamento da quarentena para diversos setores da economia trouxe a discussão de quando seria seguro as instituições retomarem as aulas presenciais. Até agora, parte dos estados planeja a reabertura entre as próximas semanas, enquanto outros ainda não têm data definida. Há divergências envolvendo órgãos públicos, privados, sanitários, sindicatos e educadores. A politização de uma matéria tão importante para a sociedade só tem gerado incertezas e prejudicado os mais interessados: pais e alunos.

Na educação infantil, os efeitos da pandemia causam prejuízos maiores e alta evasão escolar. A Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares) estima que as unidades tenham perdido 60% dos alunos de 0 a 5 anos. É considerado certo que os efeitos do fechamento prolongado das escolas trará um onda de falências e desemprego entre os profissionais da educação. Muitos pais estão optando por tirar as crianças da escola, em razão das dificuldades financeiras e insatisfação com a eficácia do ensino - obrigatório apenas a partir dos quatro anos de idade. Nesta faixa etária, em que a interação e brincadeiras são importantes, torna-se um desafio manter as aulas online. Já para a educação superior, a adaptação tem sido mais fácil, pois parte delas estava habituada com o ensino à distância.

Para atravessar o período de adversidades e evitar a falência, é fundamental que as instituições particulares avaliem a sua capacidade de caixa. Com a queda da receita, a alternativa que resta é enxugar custos. O que pode ser feito com redução da jornada de trabalho de professores, corte de gastos desnecessários e até se valer de adiamento no pagamento de impostos.

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A pandemia vai deixar lições e trazer uma nova era para a educação no Brasil. Uma tendência será o modelo de ensino híbrido, que combina as aulas remotas e presenciais. A tecnologia, que antes era vista como uma vantagem, hoje é uma necessidade. O momento de reflexão também pode ser proveitoso para focar no essencial, inclusive na grade curricular. Quando olharmos com mais cuidado para o que podemos melhorar em eficiência, a qualidade do ensino tem a ganhar.

*Leonardo Nascimento é sócio da Urca Capital Partners

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