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Pandemia assusta pela abrangência e agravamento da crise econômica e sanitária e é preciso que as empresas busquem alternativas para minimizar o problema

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Por Juliano A. Dillenburg
Atualização:
Juliano A. Dillenburg. Foto: Divulgação

Das incertezas do futuro, uma delas que foge a regra é: aprendemos que os hábitos de higiene e limpeza de ambientes coletivos são essenciais para o controle de doenças infecto-contagiosas. Aqueles focados em saúde, como hospitais, clínicas médicas e consultórios já entendiam a correlação da contaminação cruzada e suas respectivas responsabilidades com a saúde de seus funcionários e pacientes e, por isso, já conheciam as técnicas mais eficazes e certificadas por órgãos competentes. O que a pandemia traz a tiracolo é a difusão do conceito que a correta higienização para a população em geral e sobretudo para o comerciante do varejo é fundamental para o bem comum e capaz, até, de salvar vidas.

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Dentre as áreas da saúde, consultórios odontológicos, por exemplo, são bons exemplos da importância desse zelo, pois são locais que comumentemente realizam procedimentos que causam a formação de aerossóis e respingos contaminados, associados ou não a sangue, que podem ser responsáveis pela contaminação cruzada. E se a Covid-19 assusta, pela abrangência e agravamento da crise econômica e sanitária que vieram como consequência, é válido lembrar que a contaminação de micro-organismos não se restringe apenas ao Sars-Cov-2, incluindo outros patógenos responsáveis pela gripe, hepatite B (HBV), sarampo e a tuberculose, por exemplo. 

Isso acontece porque o aerossol, partículas pequenas o suficientes para permanecerem no ar e entrarem no trato respiratório, tem potencial de penetrar e se alojar no pulmão. Leves e pequenas, podem também permanecerem suspensas nas correntes de ar, sendo levadas para longe e inaladas por outros pacientes. A conclusão imediata é que é urgente a necessidade de medidas de precaução, sobretudo nos estabelecimento de saúde. Se evitá-las é difícil ou até impossível, fica a critério dos profissionais buscarem alternativas para minimizar esse contágio. Nessa esteira de possibilidades, a esterilização através de UV-C tem sido uma das principais e mais eficazes no combate às doenças virais e bacterianas. 

Por meio de projetos luminotécnicos, com a implantação de lâmpadas que emitem radiação ultravioleta, a esterilização pode ser, de fato, perigosa e pouco eficaz se não avaliadas conformidades técnicas. O resultado assertivo depende de fatores como metragem, temperatura e ponto preciso de instalação da fonte de UV-C, que, somadas, são capazes de destruir a camada que envolve o DNA e RNA de vírus e bactérias, eliminando-os do ambiente e conquistando resultados do nível que os principais órgãos reguladores, como o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos, o CDC, exigem. 

Entretanto, para se conquistar um resultado a nível internacional e que vá ao encontro das principais associações e entidades, é preciso que se desenvolva um trabalho sério e preciso, realizado por profissionais gabaritados e que fogem da onda do oportunismo, ofertando produtos que prometem soluções mágicas que, na prática, não correspondam minimamente aos padrões estabelecidos. Cabe, então, um estudo de microbiologia, uma análise de identificação de micro-organismos que permite verificar o grau de extensão da contaminação por aerossóis no ambiente, apto, ainda, a mensurar a capacidade infectante e características morfológicas, crescimento e reprodução dos patógenos. 

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Sendo assim, o uso da radiação, que já tem sido utilizada para o combate a doenças e a desinfecção de água potável desde o começo do século XX, ganhou ainda mais notoriedade durante a pandemia da Covid-19, expandindo para outras áreas além da saúde, conquistando mercado ainda maiores, como escolas, clubes, hotéis e comércio em geral. Mas, mais do que instalar uma lâmpada UV-C como medida sanitária, é importante investir em métodos e soluções que estejam em conformidades com diretrizes de entidades. Não é só uma questão financeira, mas de fato garantir que os consumidores ou clientes estejam protegidos e não corram o risco de se tornarem, involuntariamente, transmissores e propagadores de doenças que, porventura, possam se tornar uma pandemia. 

*Juliano Augusto Dillenburg é engenheiro mecânico e mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também atuou como Prof. Sub. do Departamento de Engenharia Mecânica e Engenharia Nuclear durante dois anos. Atualmente é Engenheiro Sênior da Petrobras e consultor técnico da Meister Safe, startup que desenvolve solução automatiza de aplicação UV-C. 

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