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Palocci e Moro frente a frente

Denúncia do Ministério Público Federal, na Operação Lava Jato, aponta que entre 2006 e 2015 o ex-ministro Antonio Palocci estabeleceu com altos executivos da Odebrecht ‘um amplo e permanente esquema de corrupção’

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

Antonio Palocci. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

O ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) presta depoimento nesta quinta-feira, 20, às 10h, ao juiz federal Sérgio Moro. Palocci será interrogado em ação penal sobre lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás.

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Também prestará depoimento Branislav Kontic, ex-assessor e braço direito do ex-ministro.

Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos executivos da Odebrecht 'um amplo e permanente esquema de corrupção' destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal.

O Ministério Público Federal aponta que no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobrás, Palocci interferiu para que o edital de licitação lançado pela estatal e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado de forma a garantir que a Odebrecht não obtivesse apenas os contratos, mas que também firmasse tais contratos com margem de lucro pretendida.

'Interlocutor financeiro'. Em depoimento ao juiz Moro na terça-feira, 18, a empresário e delatora da Lava Jato, Monica Moura, apontou Palocci como o interlocutor financeiro dela e do marido João Santana, marqueteiro de campanhas eleitorais do PT, dentro do partido.

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"Sempre o Antonio Palocci. Sempre, desde 2006, a primeira campanha que a gente fez, não é a primeira para o partido, mas a campanha da reeleição do presidente Lula, que foi em 2006, meu interlocutor para discutir valores, enfim, negociar campanha, foi o Palocci. Até 2012. Em 2014, ele já não estava, ele já não entrou", relatou.

Na ocasião, a defesa de Palocci afirmou que, no interrogatório, o ex-ministro 'terá oportunidade de expor, detalhada e cumpridamente, todos os fatos abrangidos por esta ação penal que, não se deve esquecer, versa apenas sobre influência na licitação das 29 sondas e também pagamento de caixa 2 para o sr. João Santana e sua sócia e mulher, Mônica Moura'.

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