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Palocci diz que governos Lula e Dilma eram formados com 'distribuição de cargos e dinheiro'

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Por Luiz Vassallo , Ricardo Brandt , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Lula e Dilma investigados na Lava Jato. / AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA 

O ex-ministro Antonio Palocci (Lula e Dilma) afirmou, em sua delação premiada, que os governos dos quais fez parte eram formados a partir da 'distribuição de cargos e dinheiro'. Ele disse que os partidos novos eram corrompidos a partir do momento em que passavam a se alinhar com o Planalto.

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O DESPACHO DE MORO

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Parte da delação de Palocci foi tornada pública nesta segunda-feira, 1, pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Moro anotou que não vê 'riscos às investigações'. Palocci está preso desde setembro de 2016, quando foi pego na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. Moro o condenou em uma primeira ação penal a 12 anos e dois meses de reclusão.

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O termo número 1 de colaboração do ex-ministro foi anexado à mesma ação penal em que ele confessou crimes pela primeira vez. O processo se refere a supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht ao ex-presidente por meio da aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, que teria sido bancado pela empreiteira.

Reprodução do depoimento de Palocci 

Lula reuniu Palocci e Gabrielli no Alvorada para cobrar recursos do pré-sal para campanha de Dilma

Em setembro de 2017, Palocci confessou crimes em depoimento no âmbito desta ação penal, em que atribuiu a Lula um 'pacto de sangue' de R$ 300 milhões entre Lula e a empreiteira.

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Segundo o ex-ministro, os partidos que tinham alguma semelhança 'programática' com o PT recebiam as benesses do governo de forma mais 'moderada'. No entanto, alegou que 'quando não havia aproximação ideológica, era óbvio que a formação do governo se dava com distribuição de cargos e dinheiro'.

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Palocci lembrou que 'para a composição da base de apoio em esfera federal iniciou-se com PSB, PCdoB, PR, PP, PSC, dentre outros e que 'houve, já em 2004, no período das eleições municipais, um acordo nacional para que os partidos que compunham a base do Governo Federai se apoiassem mutuamente nas eleições municipais mediante acordos políticos e financeiros'.

"Um exemplo de um dos acordos é o acerto entre PT e PTB, através do qual o primeiro havia se compromissado a repassar R$ 20 milhões ao segundo; houve repasse de apenas de R$ 4 milhões", relatou.

Palocci ainda disse que 'a existência dos compromissos e a ausência do cumprimento integrai das avenças foi o principal motivo pelo qual se desencadeou o Mensalão' e que 'em acordos com partidos pragmáticos discutem-se apenas cargos e recursos';

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O ex-ministro contou que 'em acordos partidos programáticos, discutem-se também programas de governo; é baixa em partidos que nunca foram do governo' e que 'os partidos se corrompem quando passam a integrar o governo'.

Palocci ainda ressaltou que 'quanto maior o tempo de governo, maior é o nível de corrupção e que mesmo após deixarem o governo e passarem a compor oposição, o partidos continuam com práticas corruptas'.

A delação de Palocci contém uma narrativa minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos estratégicos atendendo interesses de partidos políticos na Petrobrás, a partir das indicações de Paulo Roberto Costa (Diretoria de Abastecimento) e de Renato Duque (Serviços).

O relato do ex-ministro aponta, inclusive, locais onde o ex-presidente teria tratado pessoalmente da ocupação dos cargos na estatal, o 1.º andar do Palácio do Alvorada.

O termo número 1 de colaboração do ex-ministro foi anexado à mesma ação penal em que ele confessou crimes pela primeira vez. O processo se refere a supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht ao ex-presidente por meio da aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, que teria sido bancado pela empreiteira.

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Em setembro de 2017, Palocci confessou crimes em depoimento no âmbito desta ação penal, em que atribuiu a Lula um 'pacto de sangue' de R$ 300 milhões entre Lula e a empreiteira.

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