O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB), pai do ministro Leonardo Picciani (Esportes/Governo Temer), afirmou em nota nesta segunda-feira, 17, que vai processar a matemática Tania Fontenelle, ligada à Carioca Engenharia.
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O DEPOIMENTOEm acordo de leniência, ela declarou que 'comprou vacas superfaturadas' da empresa Agrobilara Comércio e Participações Ltda para 'gerar dinheiro em espécie' para a empreiteira.
"A Agrobilara, por mim presidida, está à disposição das autoridades para comprovar a improcedência das afirmações desta senhora, que será por nós processada e instada a provar que teria havido superfaturamento e/ou devolução de recursos em espécie da nossa parte, caso as informações do jornal a propósito de possível acordo de leniência se confirmem", afirmou Jorge Picciani.
São controladores da Agrobilara, além do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, seus filhos, os também peemedebistas Leonardo Picciani - ministro dos Esportes dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer -, e Rafael Picciani - deputado estadual, secretário de coordenação de Governo da Prefeitura do Rio.
Em Termo de Manifestação de Adesão e de Depoimento firmado com o Ministério Público Federal e homologado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e pelo juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, a matemática afirmou que 'recebia solicitações de acionistas e diretores da Carioca Engenharia para providenciar dinheiro em espécie e assim procedia'.
"Essas empresas recebiam da Carioca Engenharia os pagamentos previstos nos contratos, retinham a parte referente à real prestação de serviços, quando havia, ficavam com uma comissão entre 25% e 30% e devolviam em espécie o restante à depoente (Tania Fontenelle)", declarou no âmbito do Termo de Manifestação de Adesão e de Depoimento.
Tania citou a Agrobilara Comércio e Participações Ltda. De acordo com dados da Receita Federal, a empresa da família Picciani tem capital social de R$ 40 milhões.
"Agrobilara Comércio e Participações LTDA, mediante a compra, por empresa do grupo da Carioca Engenharia, de animais bovinos com preços superavaliados; que os animais (vacas) foram efetivamente entregues, porém parte do valor pago foi devolvida em espécie à Carioca Engenharia", afirmou Tania.
A executiva ligada à Carioca afirmou que 'simplesmente atendia as solicitações de obter dinheiro em espécie e entregava a quem fazia a solicitação ou a pessoas da empresa por eles indicadas'.
A ÍNTEGRA DA NOTA DE JORGE PICCIANI
"Desconhecemos quem seja essa senhora, que - caso a informação dada ao jornal seja verídica - está praticando um crime ao mentir para as autoridades.
A família proprietária da Carioca é, como se sabe, antiga e conhecida criadora de gado Nelore. E a Agrobilara, como se sabe igualmente, uma das principais fornecedoras de genética de Nelore P.O. do Brasil.
Todas as vendas feitas seguiram rigorosamente os preços praticados no mercado, e eventualmente até abaixo dele, com notas fiscais emitidas mediante cobrança bancária e impostos devidamente recolhidos.
Todas as transações podem ser comprovadas, assim como as entregas e transferências de propriedade, através do livro de registro da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu).
A Agrobilara, por mim presidida, está à disposição das autoridades para comprovar a improcedência das afirmações desta senhora, que será por nós processada e instada a provar que teria havido superfaturamento e/ou devolução de recursos em espécie da nossa parte, caso as informações do jornal a propósito de possível acordo de leniência se confirmem."
Atenciosamente
Jorge Picciani