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Outras economias dão mostra do potencial impacto econômico da pandemia

Por José Pena
Atualização:
José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O enorme custo humano gerado pela pandemia da covid-19 pode ser medido pelos números disponíveis em escala global até esta última quarta-feira (29): mais de 3,2 milhões de infectados e cerca de 230 mil mortes, números que certamente subestimam a real dimensão dessas perdas diante da inquestionável subnotificação.

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O efeito é igualmente severo do ponto de vista econômico, e alguns países e regiões que estão à frente do ciclo de infecções começam a fornecer uma ideia aproximada do tamanho desse impacto. Na China, que viveu o pior momento da epidemia entre janeiro e fevereiro, o PIB do primeiro trimestre mostrou uma queda de 9,8% em relação ao trimestre anterior, feitos os devidos ajustes sazonais. Na Europa, que registrou o pior momento entre fevereiro e março, a queda do PIB neste primeiro quarto do ano foi de 3,8%. E nos EUA, cuja crise se agravou ao longo de março, a queda do produto foi de 1,2% no mesmo período.

A boa notícia é que com a epidemia aparentemente sob controle em seu território, a economia chinesa ensaia uma recuperação importante em relação ao pior momento em fevereiro. A Europa também começa a programar um retorno gradativo da atividade econômica ao longo das próximas semanas, assim como alguns estados norte-americanos. A despeito dessa esperada retomada gradual, porém, Europa e EUA deverão registrar neste 2º trimestre do ano as maiores contrações de suas economias desde a segunda guerra mundial.

Domesticamente, dados oficiais mostram que ainda não chegamos ao ponto de inflexão da curva de novos casos da covid-19, o que deve retardar o processo de afrouxamento das medidas mais severas de distanciamento social e, consequentemente, a retomada de um nível mais próximo do que se poderia considerar como normal da atividade econômica.

Nesse caso, ainda que possa haver algum efeito da pandemia já no resultado do PIB do 1º trimestre, o maior impacto, diante do nosso momento no ciclo epidemiológico, deve recair sobre os números referentes ao segundo trimestre. E a julgar por algumas indicações preliminares, tal como o consumo de energia elétrica, ele será expressivo.

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Destaque nesta última semana para o apoio do presidente Bolsonaro ao ministro Paulo Guedes e à política de responsabilidade fiscal e abertura econômica. Depois das tensões causadas na semana anterior pelo lançamento de um programa de investimento em infraestrutura que supostamente era baseado em larga escala em recursos públicos, e que, aparentemente, não tinha o endosso do chefe da área econômica, o reforço público da posição do ministro Guedes pelo presidente certamente trouxe alívio aos mercados.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

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