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Ouça as 74 chamadas do doleiro ao operador do PT sobre entregas de dinheiro da Odebrecht

Apontado como operador das entregas de dinheiro ilícito de empreiteiras a marqueteiros do PT, o ex-militante petista e empresário William Ali Chaim, de 55 anos, foi gravado 74 vezes em conversas com funcionários do doleiro que coordenou os pagamentos de propina e caixa 2 da Odebrecht em São Paulo, entre 2014 e 2015

Por Fabio Leite
Atualização:

Sede da Odebrecht em São Paulo. Foto: JF Diorio/Estadão

Apontado como operador das entregas de dinheiro ilícito de empreiteiras a marqueteiros do PT, o ex-militante petista e empresário William Ali Chaim, de 55 anos, foi gravado 74 vezes em conversas com funcionários do doleiro que coordenou os pagamentos de propina e caixa 2 da Odebrecht em São Paulo, entre 2014 e 2015.

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Segundo registros da transportadora de valores que entregava os pacotes de dinheiro nos imóveis, Chaim recebeu ao menos R$ 22 milhões em um período de oito meses. A maior parte dos pagamentos ocorreu em um flat em Moema, zona sul paulistana, e teria como destinatário o casal João Santana e Mônica Moura, e o publicitário Valdemir Garreta, todos marqueteiros de campanhas petistas.

Nos áudios, Chaim conversa com Márcio Freira do Amaral e Edimar Moreira Dantas, funcionários do doleiro Álvaro José Novis responsáveis por agendar por telefone as entregas de dinheiro com os intermediários indicados pelos políticos e agentes públicos que ficariam com o dinheiro.

Segundo Mônica Moura, Chaim foi indicado para receber o dinheiro em seu nome pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso pela Lava Jato em Curitiba, e ficava com cerca de 3% dos pagamentos como comissão.

Chaim chegou a ser preso em novembro de 2018 acusado de receber R$ 2,9 milhões da OAS em nome de Garreta, em recursos que teriam sido desviados da construção da sede da Patrobrás em Salvador, conhecida como Torre Pituba. Ele foi solto em dezembro após pagar fiança de R$ 60 mil.

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Procurado, Chaim disse que foi instruído por sua defesa a não falar com a imprensa. Já a advogada Juliana Bertholdi afirmou que só se manifestará a respeito dos áudios nos autos.

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