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Os caminhos da propina a Aécio, segundo delator

Executivo da J&F Ricardo Saud entregou à Procuradoria-Geral da República contratos e notas fiscais com empresas que, segundo ele, eram indicadas pelo senador para 'mascarar' recursos ilícitos para a campanha do tucano à Presidência em 2014

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

O diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, entregou ao Ministério Público Federal contratos e notas fiscais que ele alega serem frias para maquiar propinas ao senador afastado Aécio Neves (PMDB-MG), em meio às eleições presidenciais de 2014.

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A pedido de Aécio, outro executivo do grupo, Joesley Batista, diz ter aberto 'um caixa' de aproximadamente R$ 100 milhões para 'comprar apoio de partidos' ao tucano naquelas eleições.

PTB, Solidariedade, DEM, PTN, PSL, PTC, PSC , PSDC , PMN, PT do B, PEN, são citados como os partidos 'comprados'. A estes partidos, foram feitas doações oficiais e prestação de serviços fictícios, relatam os delatores.

 Foto: Estadão

Os executivos Joesley Batista e Ricardo Saud dizem ter recebido caminhos específicos para pagar propinas ao próprio senador, alvo da Operação Patmos, deflagrada no dia 18. O dono do grupo autorizava os repasses, em acerto com o tucano, que eram operacionalizados pelo diretor de Relações Institucionais da J&F. Somente para Aécio teriam sido destinados R$ 11 milhões - nas primeiras tratativas. Posteriormente, os valores chegaram a R$ 60 milhões, de acordo com os delatores.

 Foto: Estadão

A JBS ainda alega ter pago R$ 6 milhões à Data Word Consultoria, ligada, segundo Ricardo Saud, ao Instituto de Pesquisa Sensus. Os contratos e as notas fiscais também foram entregues para corroborar com o relato do executivo.

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 Foto: Estadão

Edifício. Além dos contratos fictícios, os delatores também relataram a compra de um edifício onde ficava sediado o jornal Hoje em Dia, pertencente, à época, a Ediminas S/A - Editora Gráfica Industrial de Minas Gerais. Joesley disse ter repassado R$ 17 milhões a Aécio por meio da compra superfaturada do prédio em Belo Horizonte, de propriedade de um aliado do senador. "Precisava de R$ 17 milhões e tinha um imóvel que dava para fazer de conta que valia R$ 17 milhões", afirmou. Ao Estado, Flávio Jacques Carneiro confirmou a venda realizada, em 2015, pelo valor de R$ 17,3 milhões, do prédio onde ficava o jornal Hoje em Dia, mas reiterou que o valor não foi repassado a Aécio, e sim para quitar dívidas do jornal, 'tais como salários de funcionários, pagamentos de fornecedores, tributos e contratos de empréstimos que financiavam a operação do Jornal, estando devidamente contabilizado na empresa Ediminas'. Outro documento entregue pela JBS é referente a um contrato de R$ 2,5 milhões, que a empresa firmou com a Bel Editora, para publicidade no jornal Hoje em Dia. Segundo os delatores, o valor também foi estabelecido por Aécio Neves. Flávio Carneiro, dono da Ediminas à época do termo, nega o envolvimento do tucano na negociação, e reitera que a publicidade foi declarada ao fisco.

Flávio Jacques Carneiro esclarece que a venda do prédio onde funcionava o Jornal Hoje em Dia, realizada em setembro de 2015, aconteceu dentro da legalidade com assinatura de contrato e escritura entre a Ediminas e a J&F Investimentos.

Os contratos entre a J&F e a Bel Editora, que controla a Ediminas, também estão nas mãos da Procuradoria Geral da República.

 Foto: Estadão

Os delatores da JBS também relataram ter usado a rede de supermercados atendida pelo grupo para repassar propinas ao senador. Quem ficava responsável por buscar os valores era o primo de Aécio, Frederico Pacheco, o Fred, que foi preso na Operação Patmos.

COM A PALAVRA, O PSC 

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Sobre a informação de que o Partido Social Cristão teria recebido recursos do Grupo JBS nas eleições de 2014, o partido esclarece que:

- O Grupo JBS não fez nenhuma doação para o Diretório Nacional e nem para a campanha presidencial do PSC;

- As campanhas do partido sempre foram modestas e feitas com recursos legais, informados à Justiça Eleitoral por meio das prestações de contas entregues ao TSE;

- É absolutamente fantasiosa a suposição de que atuação do partido na campanha de 2014 tenha sido influenciada por qualquer empresa.

COM A PALAVRA, O SOLIDARIEDADE Todas as contas eleitorais do Solidariedade foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. A JBS fez uma doação legal de R$ 11 milhões, que foram distribuídos oficialmente entre diversos candidatos do partido pelo Brasil, portanto, não há irregularidade. Também é importante ressaltar que o Solidariedade foi um dos primeiros partidos a se definir na eleição de 2014, muito antes dos demais. Solidariedade Direção NacionalCOM A PALAVRA, O PT DO B A reportagem entrou em contato com o PT do B, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.COM A PALAVRA, O PEN A reportagem entrou em contato com o PEN, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.COM A PALAVRA, O PTC A reportagem entrou em contato com o PTC, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.COM A PALAVRA, O DEM A reportagem entrou em contato com o DEM, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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