Redação
13 de outubro de 2014 | 05h00
Por Fausto Macedo
Apontado como lobista e “operador do PMDB” no esquema Lava Jato, Fernando Soares, o Fernando Baiano, não vai fazer delação premiada. A afirmação é do criminalista Mário de Oliveira Filho, advogado de Fernando Baiano. “Eu não trabalho com delação premiada”, afirmou Oliveira Filho.
Fernando Baiano foi citado em depoimento pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, como o elo do esquema de corrupção na estatal petrolífera e o PMDB. Costa fez menção a Fernando Baiano na delação premiada e no depoimento à Justiça Federal, onde é réu em duas ações penais.
O nome de Fernando Baiano aparece em documentos que a Polícia Federal apreendeu. Ele também é citado em conversas telefônicas entre envolvidos no esquema. A PF investiga o suposto “operador do PMDB”.
O partido aliado do governo teria o domínio de pelo menos uma diretoria da Petrobrás. Segundo Paulo Roberto Costa, porcentual sobre valores dos contratos dessa área seria destinado ao PMDB.
“Fernando Soares não é lobista nem operador do PMDB, ele é empresário”, rechaçou Oliveira Filho, taxativamente. “É um empresário que atua na área da construção civil e representante, há muitos anos, de duas empresas espanholas.”
O advogado relata que Fernando Baiano levou duas propostas dessas empresas para a Petrobrás. “Nenhuma proposta dele deu resultado, os projetos foram inviabilizados. Ele (Fernando) é tão bom lobista que as duas propostas ele levou e não deu certo.”
Oliveira Filho diz que seu cliente está à disposição dos investigadores e da Justiça Federal.
Segundo ele, tão logo o nome de Fernando Baiano surgiu na investigação da Lava Jato foi entregue petição à PF na qual seu cliente se compromete a prestar todos os esclarecimentos.
O advogado afirmou que “desde o primeiro momento em que os órgãos de mídia citaram Fernando ele já se colocou à disposição das autoridades, dispensando as formalidades de intimação”. “Despachamos com o delegado que preside o inquérito e com o juiz Sérgio Moro.”
Mário de Oliveira Filho afirma que seu cliente “não tem dossiê nenhum contra qualquer político ou empreiteiro”.