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Operador de propinas reafirma que pagou R$ 400 mil em propinas para gerente de Abreu e Lima

Shinko Nakandakari, em novo depoimento na Lava Jato, relatou detalhes dos repasses para Glauco Legatti, da Refinaria do Nordeste (RNEST)

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Por Redação
Atualização:

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo

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O engenheiro Shinko Nakandakari, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à força tarefa do Ministério Público Federal que pagou R$ 400 mil em propinas para o gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colepícolo Legatti. O dinheiro foi pago "em parcelas", disse Shinko, em novo depoimento prestado nesta quinta feira, 19, especificamente acerca da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Glauco Legatti foi afastado do cargo em novembro de 2014, por decisão interna da Petrobrás. A Abreu e Lima é dos grandes empreendimentos da Petrobrás que está sob suspeita de superfaturamento. Contratos relativos à refinaria, na avaliação dos investigadores da Lava Jato, deram suporte a um incrível esquema de desvios e fraudes.

Shinko disse que pagou propinas a pedido da empreiteira Galvão Engenharia. Ele afirmou que fez as entregas pessoalmente a Glauco Legatti durante encontros que ocorreram "em meados de 2013 e o primeiro semestre de 2014". Nesta quinta, 19, o acordo de delação premiada de Shinko foi homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Lava Jato.

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Shinko durante depoimento à Justiça. Foto: Reprodução

Em depoimento anterior, no dia 19 de fevereiro, o delator havia citado como beneficiário de propinas o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, preso na última segunda feira, 16, pela Operação 'Que País é esse?'. Shinko afirmou, na ocasião, que pagou mais de R$ 5 milhões para Duque - R$ 1 milhão em encontros pessoais com o ex-diretor em restaurantes de luxo no Rio e o restante via Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobrás e braço direito de Duque.

Shinko disse que agia como pagador de propinas pela empreiteira Galvão Engenharia. Em outro depoimento, perante o juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Lava Jato, no dia 5 de março, o delator afirmou que os pagamentos para Glauco Legatti "avançaram pelo ano de 2014, inclusive depois que a Operação Lava Jato foi deflagrada".

Segundo Shinko, mesmo depois do estouro da Lava Jato, em março de 2014, não havia preocupação de que a investigação da Polícia Federal pudesse chegar à Galvão Engenharia, empreiteira para a qual ele afirma que operava as propinas na Petrobrás. Os procuradores da República que investigam o esquema Petrobrás ouviram novamente o delator nesta quinta, 19. Ele reafirmou pagamentos a Glauco Legatti.

O ex-gerente da Abreu e Lima não foi localizado. A Galvão Engenharia, desde que seu nome foi mencionado na Lava Jato, tem reiterado que foi o próprio executivo da empresa, Erton Medeiros Fonseca, que revelou a atuação de Shinko Nakandakari.

Segundo Erton Fonseca, o delator agia como "intermediário" de extorsão sofrida pela Galvão. A empreiteira rechaça a informação de irregularidades em seus negócios com a Petrobrás. "Os contratos da companhia foram obtidos licitamente", assinala a Galvão Engenharia.

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