A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta terça, 21, a Operação Egypto, que investiga instituição financeira sediada em Novo Hamburgo (RS) por captação de recursos para investimento em criptomoedas sem autorização do Banco Central. A força-tarefa prendeu dez investigados e apreendeu R$ 469 mil e US$ 31 mil em dinheiro vivo.
Cerca de 130 policiais federais, 20 servidores da Receita e seis policiais civis participaram das ações nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A Justiça expediu dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em endereços nas cidades de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2), Campo Bom (1).
Endereços de Laguna (1) e de Florianópolis (1), em Santa Catarina, e de São Paulo (3) também foram vasculhados pelos agentes federais.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
Os detalhes da operação da PF que investiga pirâmide de criptomoedas
Segundo a Policia Federal, a investigação teve início em janeiro de 2019, apurando a atuação da empresa de Novo Hamburgo que estaria captando recursos, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento em criptomoedas.
A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação, indica a PF.
Uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019, aponta a Receita Federal. O órgão indica que os sócios da instituição financeira apresentaram uma grande evolução patrimonial - há casos em que o total de bens passou, de menos de R$ 100 mil, para dezenas de milhões de reais em um ano.
O inquérito apura crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa além do da tentativa de obter informações sigilosas da investigação.
De acordo com a PF, a operação foi denominada Egypto pela similaridade da palavra com o termo 'cripto' e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de 'pirâmide financeira'.