A força-tarefa da Operação Lava Jato pediu ao juiz federal Sérgio Moro para que abra dez dias de prazo para o operador Mário Miranda prestar esclarecimentos sobre contas no exterior. Para os procuradores, a 'ausência de postura colaborativa' pode levá-lo de volta à prisão.
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Miranda foi preso na Operação Dejà Vu, 51.ª etapa da Lava Jato, no dia 8 de maio. Essa investigação mira contrato da área Internacional da Petrobrás no valor de US$ 825 milhões que teria rendido propinas de US$ 40 milhões ao MDB, em suposto encontro entre delatores da Odebrecht, os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha e Temer, então candidato a vice-presidente, em 2010.
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Após o pagamento de R$ 6 milhões de um total de R$ 10 milhões estipulados a título de fiança e confessar supostos crimes em depoimento, ele foi solto no dia 1 de junho. No dia 8, foi denunciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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Atualmente, ele já depositou R$ 18 milhões na conta judicial de sua fiança. Sua defesa já havia avisado a Moro que repatriou US$ 7,2 milhões de contas no exterior, à disposição da Justiça. A Lava Jato quer que os R$ 8 milhões a mais depositados no fundo da fiança sejam transferidos a título de bloqueio, já que dele e outros investigados são cobrados R$ 136 milhões para reparação dos danos causados à Petrobrás.
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Para os procuradores, no entanto, afirmam que ainda restam esclarecimentos não apresentados por Miranda sobre suas contas no exterior.
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"A ocultação das contas bancárias mantidas em outros países que não a Suíça, além da não apresentação dos esclarecimentos anteriormente requeridos e de documentação apta a comprovar suas alegações acerca dessas contas-correntes indica ausência de postura colaborativa do investigado, reforçando os fundamentos da prisão preventiva anteriormente decretada por esse Juízo", afirmam.
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"Considerando que tais fatos podem justificar nova decretação da prisão preventiva de MÁRIO MIRANDA, o Ministério Público Federal requer seja aberto prazo de 10 (dez) dias para que a defesa adimpla todas condições fixadas pelo Juízo como substitutivas à prisão preventiva, inclusive no tocante ao integral esclarecimento dos pontos expostos acima", pede a força-tarefa.
COM A PALAVRA, A DEFESA
O advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende Mário Miranda, afirmou que não vai se manifestar.