A Ordem dos Advogados do Brasil manifestou repúdio às agressões relatadas por jornalistas brasileiros que acompanhavam o presidente Jair Bolsonaro em Roma, onde ele participou da Cúpula de Líderes do G-20. A Comissão de Liberdade de Expressão da entidade máxima da advocacia classificou o ocorrido como 'lamentável', indicando ainda que a situação reflete 'uma postura frequente de desrespeito ao trabalho dos profissionais de imprensa'.
De acordo com os relatos, as agressões aos jornalistas se deram antes e durante uma caminhada improvisada de Bolsonaro com apoiadores que se reuniram frente à embaixada do Brasil. No Twitter, o jornalista Jamil Chade compartilhou uma imagem de uma denúncia registrada em Roma pelas agressões. "Em 21 anos como correspondente, foram 70 países e vários presidentes. Mas violência em cúpula foi a 1a vez. Silêncio revelador por parte do Itamaraty e Presidência", afirmou.
As primeiras agressões se deram depois que Bolsonaro acenou, do alto de uma sacada da embaixada, para os simpatizantes que carregavam cartazes de apoio ao governo, e em seguida desceu para falar com o grupo. Durante a espera pelo presidente, uma jornalista da Folha de S.Paulo foi empurrada por seguranças e uma produtora da GloboNews foi hostilizada pelos manifestantes.
Ao indicar que faria uma caminhada pelo bairro, Bolsonaro foi seguido por equipes de reportagem. Neste momento, jornalistas passaram a ser empurrados pelos seguranças e houve agressões. Um profissional da TV Globo disse ter recebido um soco no estômago. Os veículos que presenciaram o momento foram impedidos de gravar. O celular de um jornalista do Uol foi jogado na via. Repórteres do jornal O Globo e da BBC Brasil relataram agressões verbais.