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OAB vai à Justiça contestar aumento do imposto dos combustíveis

Pleno do Conselho Federal da entidade máxima da Advocacia alega que majoração das alíquotas de PIS/Cofins viola a Constituição

Por Josette Goulart
Atualização:

OAB. Foto: OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu nesta terça-feira, 22, entrar com uma ação civil pública contra o aumento das alíquotas de PIS/Cofins que incide sobre combustíveis. A decisão foi tomada pelo Pleno do Conselho Federal da OAB, por unanimidade.

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"O Pleno do Conselho Federal determinou ajuizamento de ação para contestar mais este abuso com aumento de carga tributária no Brasil. Seremos intransigentes e combateremos com todos os meios que estiverem à nossa disposição qualquer tentativa deste ou de qualquer governo de aumento da carga tributária no Brasil. Já temos uma das maiores cargas tributárias do mundo e essa ideia de aumento de impostos é simplista para resolver problemas do Brasil que precisam ser resolvidos com gestão. Essa ideia de colocar apenas a mão no bolso do cidadão para resolver os problemas de caixa do Brasil não tem dado certo e temos visto isso", disse o presidente da entidade, Claudio Lamachia.

O aumento dos impostos sobre combustíveis foi determinado pelo presidente Michel Temer, há quase um mês, como forma de cobrir parte dos rombos nas contas.

Combustíveis como a gasolina chegaram a subir R$ 0,40 na bomba dos postos. Diversas ações foram protocoladas contra o aumento e até agora a Advocacia Geral da União tem conseguido derrubar os pedidos, sob o argumento da constitucionalidade do imposto.

Os integrantes da OAB, no entanto, acreditam que o aumento fere a Constituição Federal em diversos pontos.

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O presidente da procuradoria especial de direito tributário da OAB, Luiz Gustavo Bichara, diz que a Constituição exige que haja uma lei para aumentar tributos, feita pelo parlamento, e jamais por decreto.

Além disso, alega a Ordem, não houve observação da noventena em que só se pode aumentar um tributo contados 90 dias após sua instituição, o que no caso não aconteceu. O decreto presidencial que aumentou a PIS/Cofins teve efeito imediato.

A ação deverá ser protocolada na Justiça Federal, com pedido liminar. Se for deferida, a decisão valerá para todo o país, segundo Bichara.

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