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OAB pede ao Supremo que obrigue Bolsonaro a comprar vacinas para imunização em massa

Entidade aponta que governo federal encara a vacinação 'mais como um problema do que uma solução' para a pandemia e que atraso em campanha de imunização aumenta risco de surgimento de novas variantes no País

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a adquirir vacinas suficientes para a imunização em massa da população contra a covid-19. A ação é assinada pelo presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, que acusa o governo federal de encarar a vacinação 'mais como um problema do que uma solução', levando a atrasos nas campanhas de imunização e aumento do risco do surgimento de novas variantes no País.

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A AÇÃO DA OAB

"A Presidência da República e o Ministério da Saúde têm encarado as vacinas mais como um problema do que uma solução. Em inúmeros episódios, aqueles que deveriam ser responsáveis por gerir as crises, se valeram de seus discursos e cargos para deslegitimar a vacinação, discriminando os imunizantes de determinados países e fazendo terrorismos sobre os possíveis efeitos da vacina na saúde da população", anotou Santa Cruz.

A OAB ressalta que a postura do governo federal no combate à pandemia 'tem sido descrita por especialistas da saúde e pela mídia, dentro e fora do País, como um dos fatores que contribuíram para a conjuntura calamitosa atual'.

"A situação, conforme amplamente noticiada, é dramática e exige medidas urgentes e drásticas", frisou o presidente da OAB.

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A ação pede ao STF que determine a Bolsonaro a obrigação de adquirir doses de vacinas contra a covid em quantidade suficiente e necessária para garantir a imunização em massa da população de forma urgente e no menor prazo possível. "Destinando recursos federais suficientes para tanto, em atenção ao direito à vida, à saúde e ao princípio da eficiência administrativa", pontuou a OAB.

O presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto. Foto: Marcos Correa / PR

Nesta sexta, o governo Bolsonaro assinou dois contratos para a compra de 138 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Segundo o Ministério da saúde, 100 milhões de doses serão fornecidas pela Pzifer/BioNTech e outras 38 milhões pela Janssen, do grupo Jonhson&Jonhson. A expectativa, porém, é que os imunizantes sejam entregues até o final do ano.

O Brasil tem hoje mais de 562 milhões de doses de vacinas contra a covid contratadas para 2021. No entanto, o ritmo da vacinação segue lento no País, que hoje conta com 11,4 milhões de pessoas imunizadas contra a covid, o que equivale a 5,53% da população total brasileira.

A lentidão da campanha de vacinação ocorre em uma escalada crítica da pandemia. Pelo 21º dia consecutivo, a média móvel registrou 2.178 óbitos por covid. Nesta sexta o Brasil também ultrapassou pela primeira vez a marca de 15 mil mortes em uma semana pelo novo coronavírus. A transmissão descontrolada do vírus também tem levado a colapso e redes hospitalares, com morte de pacientes em filas por leito e falta de remédios para intubação.

Com transmissão descontrolada do vírus, o País tem visto o colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para intubação. Governadores e prefeitos têm endurecido restrições ao comércio na tentativa de frear o contágio.

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