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OAB no Ceará concede carteira a homem trans pela primeira vez

Murilo Gonçalves, advogado desde 2013, passou pelo processo de transição de gênero e pediu o documento com o nome social; 'impagável, estou representando aqui todo aquele que não tem voz e vez'

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Por Pepita Ortega
Atualização:

Murilo Gonçalves (à esquerda) recebe do presidente da entidade, Erinaldo Dantas, a carteira da Ordem. Foto: Portal OAB-CE

A Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará entregou a primeira carteira com nome social de um homem trans ao advogado Murilo Gonçalves.

Murilo é advogado desde 2013.

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Depois de passar pelo processo de transição de gênero, solicitou à Ordem o documento com o nome social e foi prontamente atendido.

Murilo considera que 'este é um momento emblemático para a Ordem dos Advogados do Brasil'. Principalmente, para ele.

"Depois de alguns meses de batalha, sair daqui com meu nome na carteirinha da OAB é impagável. Estou representando, aqui, todo aquele que não tem voz e vez. Todas as minorias que não se vêem em locais de destaque."

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Murilo disse que o presidente da OAB-Ceará, Erinaldo Dantas, 'foi sensível ao seu pedido'. "Sou muito grato por isso."

Ele enfatizou que a OAB é 'um espaço plural'.

Na tarde de quarta, 5, quando recebeu sua carteira, ele disse. "Estou representando, aqui, todo aquele que não tem voz e vez. Todas as minorias que não se vêem em locais de destaque."

A OAB-Ceará reafirmou 'o compromisso de inclusão e de estar sempre lutando por uma sociedade igualitária'. Para o presidente Dantas, este é um marco importante.

"Somos plurais, somos muito mais! Estou muito feliz em ter realizado a primeira entrega de carteira para transgênero", destacou.

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Durante a solenidade, outros 45 novos advogados receberam a vermelhinha.

Erinaldo Dantas chamou atenção para 'os gestos simples, como esse, e que são capazes de mudar a vida das pessoas'.

"Estamos sendo aquilo que todos devem ser. Infelizmente, ainda há uma cultura de não respeitar aquilo que é diferente da gente. Mas a beleza do mundo está exatamente nisso, nas diferenças. É preciso respeitar a diversidade e entender que, com ela, temos a oportunidade de aprender mais e crescer enquanto seres humanos", declarou.

Murilo Gonçalves incentivou os 45 novos advogados que receberam a vermelhinha.

Ele recomendou. "Sejam sensíveis às causas sociais, àqueles que não podem recorrer à Justiça. Precisamos entender que a advocacia é função essencial à Justiça. Nós podemos ser e devemos ser vetores de modificação social."

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