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OAB diz que 'alertou para o risco de pessoas sob suspeita'

Em nota, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, cobra governo Michel Temer por 'medidas' com relação ao diálogo gravado do ministro Romero Jucá sugerindo interferência na Lava Jato

Foto do author Fausto Macedo
Por Ricardo Brandt , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

O presidente em exercício Michel Temer deiixa a casa oficial do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, após reunião em que também participaram o senador Romero Jucá e o presidente do (PMDB-BA) Geddel Vieira Lima, em Brasilia (DF). Foto: Wilton Júnior/Estadão

A Ordem dos Advogados do Brasil declarou nesta segunda-feira, 23, que desde que o ministério do governo Michel Temer foi anunciado alertou 'para o risco de pessoas sob suspeita, investigadas pela Operação Lava Jato, estarem no primeiro escalão do governo federal'.

A declaração da Ordem foi divulgada em nota oficial subscrita por seu presidente, Claudio Lamachia, em referência ao ministro Romero Jucá, do Planejamento.

O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta segunda transcrição de um diálogo de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Na conversa, o ministro sugere deter a Lava Jato.

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Jucá é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal por suspeita de ter recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.

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"A Lava Jato precisa acontecer com independência e celeridade. A sociedade clama por respostas rápidas", diz a OAB.

"As revelações feitas pelo jornal Folha de S.Paulo a respeito de diálogos do ministro Romero Jucá com um interlocutor, supostamente tratando de interferências na Operação Lava Jato e no Judiciário, expõem um problema com o qual o Brasil precisa lidar de forma urgente."

Claudio Lamachia afirmou que 'a OAB torce pelo sucesso do país e espera que o governo interino possa corresponder às expectativas da sociedade'.

"Por isso, espero que o presidente em exercício tome medidas à altura da gravidade da situação."

"O novo governo, alçado ao poder pela via constitucional e não pela via eleitoral, precisa ser um exemplo ético", cobra a OAB. "Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. Qualquer ação suspeita praticada pelos ministros investigados colocam o governo todo em xeque."

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Claudio Lamachia finalizou. "Todos os cidadãos têm direito à ampla defesa e ao devido processo legal. Mas as altas autoridades responsáveis pela condução do país precisam estar acima de qualquer suspeita. Os investigados devem poder se defender sem, para isso, comprometer a credibilidade das instituições."

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