Por várias horas, nesta quinta-feira, 27, o delator Lúcio Funaro e um de seus principais alvos, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficaram frente a frente. Diante do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, os dois se reencontraram e assistiram outro delator, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, por videoconferência, de Campinas, confessar seus crimes e envolvê-los em esquemas de corrupção na instituição financeira, investigados na Operação Sépsis.
Antes amigos e cúmplices, agora estão de cara virada um para o outro. Por razões óbvias - afinal, Funaro atribuiu ao ex-presidente da Câmara uma sucessão de crimes.
Na audiência, Cunha, preso em outubro de 2016 na Lava Jato, e Funaro, encarcerado três meses e meio antes na Sépsis, estavam separados apenas por uma mesa e rodeados por seus defensores.
Quando o delator adentrou à sala de audiência, cinco minutos depois do peemedebista, estendeu as mãos apenas aos seus advogados.
As audiências da 10.ª Vara Federal são filmadas por ordem do juiz Vallisney. As imagens mostram três cenas. O vídeo acima mostra Eduardo Cunha e Funaro, que se evitam o tempo todo.
Abaixo, em videoconferência, outro peemedebista e ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assiste de Natal, onde está preso, o depoimento de Cleto. Ele também é réu na ação penal por desvios na Caixa.
O interrogado Fábio Cleto, que ficou mais de sete horas falando a Vallisney e aos defensores dos outros réus da ação, aparece no vídeo abaixo à direita. Cleto depôs por videoconferência em Campinas.