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O que seria do Brasil sem as PMEs? 

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Por Francisco Ferreira
Atualização:
Francisco Ferreira. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Pode parecer uma pergunta exagerada. Mas, a verdade é: quais são os negócios que fazem a roda da economia brasileira girar? Eu respondo com facilidade: as PMEs. Sim, são os pequenos empreendimentos que movem o mercado nas mais diversas cidades do país. São essas empresas que geram empregos, sustentam famílias e fazem o Brasil caminhar, até mesmo quando a crise chega. A pandemia acertou em cheio os pequenos. Não estou dizendo aqui que só eles tenham sido afetados, mas trago o olhar para esses empresários que ficaram na linha de frente, sofrendo as consequências preocupantes que a Covid-19 causou.

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Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, 716 mil empresas fecharam as portas, de acordo com a Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicada em julho deste ano. Do total de negócios fechados temporária ou definitivamente, 4 em cada 10 afirmaram que a situação se deve a pandemia.

Analisando esse cenário, dá para imaginar o que pode vir pela frente: inadimplência, trabalho informal e desemprego. É por isso que a manutenção dos pequenos negócios é tão importante. Porque essas empresas carregam com elas famílias inteiras, jovens e adultos, sejam eles os donos, fornecedores, empregados ou consumidores. Muitos desses comércios ou serviços começaram com o avô e sobreviveram a diversas crises econômicas até hoje, quando já é o neto que está a frente das vendas.

É comum conhecermos a loja do vizinho, circular pela farmácia de bairro e estar acostumado a ver o armazém de doces sempre aberto. Esses negócios resistem porque continuam fazendo a conta fechar no final do mês, porque entendem que muitas famílias precisam do trabalho, mas também porque possuem um público fiel que não troca a lojinha pelas grandes redes.

No final das contas, são as pequenas empresas que mais geram postos de trabalho no Brasil com carteira assinada, somando 54% dos empregos formais do país, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Por isso levanto aqui novamente a pergunta: o que seria do Brasil sem as PMEs?

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Posso apontar o que não seria. Teríamos um país com uma taxa de desemprego e informalidade ainda maior, o mercado mais enfraquecido, e o poder de consumo menor. As PMEs seguram as pontas quando a crise se instala, mas geram valor e fazer o dinheiro circular quando as coisas melhoram. Por isso, deixo a reflexão: apoiar o pequeno é apoiar o desenvolvimento do país. As PMEs não podem fechar.

*Francisco Ferreira, fundador da BizCapital

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