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O que aprendemos com o mundo VUCA e o que isso impacta na educação superior?

Por Monica Orcioli
Atualização:
Monica Orcioli. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Historicamente, sempre fomos inundados por uma série de termos e siglas que tinham o objetivo de nos ajudar a entender o contexto de situações que foram vivenciadas. Não diferente, o ano de 2020 vai ficar gravado na memória de todos e já estamos familiarizados com novas expressões que tentam traduzir nossos sentimentos na busca por formas mais agradáveis de encarar esta nova realidade. Dentre tantas novas palavras que se tornaram comuns em nosso vocabulário, por meio de uma grande amiga, Kika Ricciardi, aprendi que uma delas não tem nada de nova, a sigla VUCA.

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O termo VUCA, segundo Kika, que significa Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo, na realidade surgiu na década de 90 no U.S. Army War College. O objetivo principal era contextualizar para o mundo as transformações geradas após o período da Guerra Fria e queda do muro de Berlim. Nesta época nossas instituições de ensino possuíam poucas dezenas de desktops, as provas eram aplicadas de forma presencial, os trabalhos realizados em nossas bibliotecas, a colação de grau acontecia nos grandes centros de convenções, os vestibulares lotavam nossas unidades e as estruturas de liderança eram extremamente verticais onde imperava a reverência à liderança.

Passados 20 anos o futurista Bob Johansen introduziu o termo VUCA PRIME (VP). A comunidade acadêmica e corporativa não deu muita atenção. Passados mais dez anos resolvemos revisitar os novos, velhos conceitos.

Alguns foram enterrados em caixas de madeira, baús de família, arquivos esquecidos, disquetes, pen drives e nuvens e, com isso, percebemos que não apenas os termos, mas nós, seres humanos, também evoluímos e isso gera impacto direto na forma como nos relacionamos.

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Volátil foi substituído por Visão. Incerteza por Entendimento. Complexidade por Clareza/Transparência. Ambiguidade por Agilidade. Visão, Entendimento, Clareza e Agilidade. Não vejo algo mais humano para caracterizar este momento que estamos vivendo. E o mais importante está relacionado à nossa atitude frente à nova realidade e aos novos desafios.

Hoje, mais do que nunca em nossa história, vivemos um movimento social onde o coletivo é o que faz a diferença. Deixemos de pensar nos extremos. A união e colaboração tem feito coisas maravilhosas nos últimos meses. O jogo agora é este e é assim que tudo vai mudar.

Hoje o ensino superior protagoniza constante transformação. Novos ambientes de ensino e aprendizagem, a expansão do conceito da sala de aula por meio do protagonismo da hibridez. O modelo curricular aplicado valoriza não apenas o conteúdo acadêmico como também o desenvolvimento das competências socioemocionais. A conexão real com o mundo do trabalho. Os vestibularessão feitos de forma digital e presencial. Plataformas de conexão e engajamento e assistência aos alunos e alunas, professoras e professores. Aulas e eventos digitais e ao vivo. As bibliotecas estão onde nossas alunas e alunos quiserem. Milhares de notebooks, smartphones onde todos ficam conectados a qualquer hora.

Porém, o que realmente fez e faz a diferença em nossa trajetória é a forma como encaramos estes desafios. A forma humanizada com que lidamos com as situações ambíguas.

No campo visão sabemos onde estamos e onde queremos chegar. Nada mudará nosso propósito de mudar o País por meio da educação.

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Com o entendimento temos que ter a humildade para desaprender e reconstruir. Encontrar formas inovadoras de fazer nossas entregas, superar desafios e buscar o novo que tenha um forte significado e impacto.

Quanto à transparência, precisamos executar com precisão e da forma mais assertiva. Comunicar sempre e muito!

Por fim e muito importante, no âmbito agilidade: para mudar de rota em caso de necessidade, realocar recursos, medir impacto, valor e retorno. Dar autonomia com responsabilidade e segurança.

E o que verdadeiramente mudou nestes 30 anos de VUCA? Nós mudamos! Uma sociedade mais plural e inclusiva. O senso de colaboração e coletividade. Estrutura de governança horizontal, onde o principal é a Referência e não a Reverência. A oportunidade de nos apresentarmos para nossos colegas e equipes sem precisar esconder experiências que impactaram nossas vidas, a nossa essência, nossa trajetória de vida, nossos hobbies e outros interesses. Continuamente poder unir trabalho e vida em um único propósito.

E para finalizar preciso registrar o que venho intensamente desejando a cada dia que esta nova experiência teve início em nossas vidas: poder abraçar todas as pessoas que contribuem diariamente para que sigamos firmes na missão de transformar o País por meio da educação.

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*Monica Orcioli é diretora executiva da Ânima Educação e reitora da Universidade São Judas. Membro do Conselho Consultivo da AACD e mentora do Quintessa

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