O homem da mala até que tentou evitar as afiadas tesouras da Papuda. Antes de ser levado ao presídio de Brasília, na quarta-feira, 7, quando ainda estava recolhido em uma cela da Polícia Federal em Brasília, Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, pediu, por meio de seus advogados, ao ministro Edson Fachin - relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal -, que o livrasse da regra rígida do sistema penitenciário que impõe aos prisioneiros a cabeça raspada.
Nesta sexta-feira, 9, Loures reapareceu com novo layout, os cabelos bem aparadinhos. Foi-se a franja.
+ A primeira noite do homem da mala na Papuda
Levado de volta à PF para interrogatório - ficou em silêncio - ele não mais exibia o topete alongado que ficou bastante conhecido do distinto público, recentemente, quando protagonizou cenas de corrupção explícita - Loures foi filmado pela PF, lépido e saltitante, por uma rua de São Paulo carregando uma mala estufada de propinas da JBS, 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil.
+ PF volta à JBS em nova operação
Agora os cabelos do homem da mala estão bem curtinhos. Seu grande temor, segundo ofício ao ministro Fachin, era ter a cabeça raspada - alegara ao ministro que não queria passar pela experiência de Eike Batista, empresário preso em janeiro na Operação Eficiência, por suposta propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Em Bangu 8, tiraram a peruca de Eike.
Fachin, data vênia, encaminhou tal demanda para apreciação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Não se sabe se o expediente seria submetido ao crivo do Plenário da Augusta Corte. Agora é tarde. Nesse intervalo, Loures foi removido da PF para a Papuda, onde as tesouras afiadas o aguardavam - da máquina zero, aparentemente, pelo menos ele se livrou.