Em 1990, tivemos a criação e regulamentação daquele que é considerado um dos maiores "planos de saúde" gratuitos do mundo: o Sistema Único de Saúde, o SUS Brasil.
Com a cautela necessária, ele foi se adequando à realidade do país, promovendo a prevenção na atenção básica para uma melhor qualidade de vida de toda a população.
Há alguns anos, o SUS não recebe a devida atenção. O repasse do Governo, infelizmente, é pequeno e os profissionais que optam por seguir carreira no meio público não são devidamente valorizados.
Desde o início de 2020 até os dias atuais, o mesmo vem enfrentando a sua maior batalha: combater um vírus já em fase de diversas mutações, em meio a uma crise que vem se arrastando há muito tempo.
Mesmo sendo referência para diversos modelos de saúde pública em todo o mundo, o SUS está em colapso. Junto com a falta de investimentos, sofre também com o mau gerenciamento em diversos municípios, culminando em uma falta de insumos, médicos e leitos, tornando-se um desafio para um país que é hoje o epicentro da pandemia.
Medidas como lockdown e as ondas de diversas cores têm servido para ganhar tempo, em meio à reforma e reestruturação de uma logística que já vinha sofrendo abuso.
São inúmeras vidas ceifadas e famílias destruídas tentando, de alguma forma, ficar de pé e se reconstruir insistentemente em meio ao caos.
Tornamo-nos reféns de uma vacinação que não possui prazo e nem garantias. É preciso agir, de forma coerente, deixando a felicidade lúdica de lado. É momento de solidariedade, empatia, cuidados e amor.
Precisamos voltar a ser "Brasileiros de Sangue" e honrar todas as nossas premissas.
*Lucas Bifano, psiquiatra