‘O lugar de Palocci é na cadeia’, reage advogado da Camargo Corrêa
Criminalista Celso Vilardi afirma que delação do ex-ministro dos Governos Lula e Dilma ‘é mentirosa’ e considera ‘espantoso que ela possa gerar buscas e apreensões sem qualquer elemento de corroboração, com uma narrativa que não guarda relação nem mesmo com as datas’
Pepita Ortega e Fausto Macedo
O criminalista Celso Vilardi. Foto: Alex Silva / Estadão
“A partir de agora, de forma incansável, comprovaremos a mentira e exigiremos um processo contra o sr. Palocci por denunciação caluniosa e o retorno dele à prisão, que é o seu lugar.”
Em um capítulo de sua colaboração premiada, fechada com a Polícia Federal em Curitiba, Palocci disse que a empreiteira teria repassado R$ 50 milhões em propinas para que o governo petista viabilizasse a anulação da Operação Castelo de Areia, em 2009 – investigação que citava a Camargo Corrêa e supostos pagamentos a políticos.
Parte do dinheiro teria sido entregue ao então presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor Rocha.
Palocci foi preso na Operação Omertà, fase 35 da Operação Lava Jato, em setembro de 2016. Condenado a 12 anos e dois meses de prisão pelo então juiz Sérgio Moro, o petista decidiu fazer delação premiada.
Em novembro do ano passado ele deixou a prisão da Lava Jato e foi para casa.
“Eu considero que essa operação é um verdadeiro absurdo porque a delação do sr. Palocci não encontra respaldo sequer nas datas reais”, afirma Celso Vilardi. “Ele mentiu sobre a data da liminar.”
A Castelo de Areia foi deflagrada em 2009, por ordem do então juiz da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, hoje desembargador, Fausto Martin de Sanctis. Em 2010, Asfor Rocha, liminarmente, mandou suspender o inquérito da PF. Em 2011, a Sexta Turma do STJ confirmou a decisão de Asfor Rocha e decretou o fim da investigação sob argumento de que ela teve início com base em uma denúncia anônima.
“A decisão do então ministro César Asfor Rocha não anulou a Operação Castelo de Areia”, lembra Vilardi. “Foi uma decisão que suspendeu o inquérito policial por catorze dias. A liminar foi mantida pela Sexta Turma do STJ.”
O criminalista destaca que, depois, a ordem foi concedida pela Sexta Turma da Corte. “Mais tarde, referida decisão foi mantida pelo Supremo Tribunal Federal que, naquela oportunidade, afirmou, por sua Primeira Turma, que a decisão do STJ estava correta e de acordo com a jurisprudência do STF.”
Vilardi revela sua indignação. “É espantoso que uma delação recusada pelo Ministério Público Federal de Curitiba, considerada a ‘delação do fim da picada’, possa gerar buscas e apreensões, sem qualquer elemento de corroboração e com uma narrativa que não guarda relação nem mesmo com as datas.”
COM A PALAVRA, A DEFESA DE PALOCCI
A reportagem busca contato com a defesa do ex-ministro. O espaço está aberto para manifestações.
O criminalista Celso Vilardi. Foto: Alex Silva / Estadão
“A partir de agora, de forma incansável, comprovaremos a mentira e exigiremos um processo contra o sr. Palocci por denunciação caluniosa e o retorno dele à prisão, que é o seu lugar.”
Em um capítulo de sua colaboração premiada, fechada com a Polícia Federal em Curitiba, Palocci disse que a empreiteira teria repassado R$ 50 milhões em propinas para que o governo petista viabilizasse a anulação da Operação Castelo de Areia, em 2009 – investigação que citava a Camargo Corrêa e supostos pagamentos a políticos.
Parte do dinheiro teria sido entregue ao então presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor Rocha.
Palocci foi preso na Operação Omertà, fase 35 da Operação Lava Jato, em setembro de 2016. Condenado a 12 anos e dois meses de prisão pelo então juiz Sérgio Moro, o petista decidiu fazer delação premiada.
Em novembro do ano passado ele deixou a prisão da Lava Jato e foi para casa.
“Eu considero que essa operação é um verdadeiro absurdo porque a delação do sr. Palocci não encontra respaldo sequer nas datas reais”, afirma Celso Vilardi. “Ele mentiu sobre a data da liminar.”
A Castelo de Areia foi deflagrada em 2009, por ordem do então juiz da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, hoje desembargador, Fausto Martin de Sanctis. Em 2010, Asfor Rocha, liminarmente, mandou suspender o inquérito da PF. Em 2011, a Sexta Turma do STJ confirmou a decisão de Asfor Rocha e decretou o fim da investigação sob argumento de que ela teve início com base em uma denúncia anônima.
“A decisão do então ministro César Asfor Rocha não anulou a Operação Castelo de Areia”, lembra Vilardi. “Foi uma decisão que suspendeu o inquérito policial por catorze dias. A liminar foi mantida pela Sexta Turma do STJ.”
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