O depoimento do executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da J&F, é apontado pelos investigadores da Operação Patmos como um dos mais fortes indícios reunidos contra o presidente Michel Temer, alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
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'APOSENTADORIA PARA O MICHEL'Saud fez aos procuradores da força-tarefa da Operação Patmos, que mira também o senador Aécio Neves (PSDB/MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), um longo relato de supostas negociações de propinas.
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Em um trecho do seu relato, o diretor da J&F, controladora do grupo JBS, reconstituiu um encontro com Loures.
"O Rodrigo Rocha Loures era um mensageiro só. A gente tinha acertado tudo com Michel Temer."
"Tratamos com o Temer e não com o Rodrigo. O Rodrigo foi um mensageiro."
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Em outro ponto do depoimento, gravado em vídeo, Saud falou sobre uma propina que se arrastaria por 30 anos. "Isso é uma aposentadoria para o Michel. É uma aposentadoria para você (Loures) e o Michel. Vocês não vão ter mais dificuldade."
Loures foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil de propina da JBS na Rua Pamplona, Jardins, em São Paulo. Agentes da Polícia Federal o filmaram quando entrava apressado em um táxi.
Na segunda-feira, 22, sua defesa entregou à PF a mala, mas com R$ 35 mil a menos. Loures não explicou o que fez com o dinheiro.