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O início de 2020 pode ser um resumo do ano

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Por José Pena
Atualização:
José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Os dois primeiros dias úteis de 2020 podem ter mostrado um resumo do que pode ser o ano como um todo: uma gradual melhora da economia mundial (resultado do acordo EUA e China, a ser firmado no próximo dia 15/janeiro, e de condições financeiras mais estimulativas), temperada com um importante lembrete: a disputa EUA X China pode até ser o mais relevante, mas está longe de ser o único foco de tensão e risco para a economia e os mercados globais. 

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Os eventos dos últimos dias que culminaram no ataque americano a um importante membro do governo iraniano é mais um capítulo na conflituosa relação entre os dois países que já dura décadas. Embora esteja no campo do possível, uma eventual disparada dos preços do petróleo ainda não parece estar no campo do provável. Ainda assim, o surgimento dessa  nova fonte de incerteza (e, sobretudo, se perdurar por um período prolongado) pode mitigar em parte o efeito benigno que o recém anunciado acordo entre EUA e China poderia gerar sobre a confiança dos agentes econômicos globais e, consequentemente, sobre o apetite por ativos financeiros de maior risco. 

Em resumo, é cedo para avaliar o resultante dessa nova escalada das tensões no Oriente Médio. Por enquanto, mantem-se o cenário de uma gradual recuperação da economia global, mas é cada vez mais claro que esse será um percurso cheio de solavancos. 

Brasil

O mercado de trabalho brasileiro segue mostrando sinais de recuperação, agora de acordo com os dados divulgados pelo IBGE (PNAD de novembro). A taxa de desemprego voltou a  cair (feitos os devidos ajustes sazonais), e o rendimento real segue em aceleração. A pesquisa também mostrou avanço do emprego formal, que tipicamente oferece vagas de melhor qualidade. Esse quadro reforça as perspectivas de um crescimento mais robusto do consumo e, por consequência, da atividade econômica como um todo neste ano de 2020. 

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Do lado inflacionário, o pior momento do choque de preços de carnes, resultante do  aumento de exportações para a China, parece ter ficado para trás, ao menos no que diz respeito aos preços no atacado. No âmbito do varejo, porém, janeiro deve registrar uma nova alta, ainda que inferior às registradas em novembro e dezembro. É importante notar que esse choque nos preços da proteína animal não gerou maiores impactos sobre os demais itens do IPCA ou tampouco desancorou as expectativas de inflação de médio e longo prazo.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

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