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O horário dos shoppings foi estendido. E agora?

Por Mauricio Romiti
Atualização:
Mauricio Romiti. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Desde o feriado de 9 de julho, o horário de funcionamento dos shopping centers paulistas foi ampliado para até às 23 horas. Além dos centros de compras, outros estabelecimentos, como bares, restaurantes, salões de beleza e academias, também podem operar nesse horário estendido. Mas o que isso significa, de fato, para os shopping centers?

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No geral, essa mudança não traz vantagens imediatas para o varejo especificamente no horário estendido. O consumidor brasileiro tem como hábito fazer compras durante os períodos da manhã e da tarde, e ter lojas abertas até mais tarde da noite não causa grandes impactos nem nas vendas, nem no faturamento. No entanto, outros setores que também ocupam os espaços dos shopping centers podem se beneficiar dessa extensão, como o de alimentação (com destaque para os restaurantes) e o de entretenimento.

Com as regras anteriores, que permitiam a permanência do público nos estabelecimentos até às 21h, muitos restaurantes não chegavam nem a completar o horário de jantar: muitas vezes, o cliente preferiu ficar em casa. Como alternativa, foi intensificado o serviço de delivery; agora, com a extensão do tempo de funcionamento, já é possível frequentar restaurantes, bares e lanchonetes à noite.

Os estabelecimentos voltados ao entretenimento, por sua vez, ainda não verão um efeito muito significativo com essa ampliação. Nos shopping centers, encontramos teatros, playgrounds e também os cinemas, que vivem uma situação bastante limitada no momento: além de restrições quanto à ocupação dos lugares, não há grandes lançamentos. Além disso, o público em geral ainda não se sente seguro para ir a lugares fechados, e consumir filmes, séries e outros conteúdos por streaming é um hábito diário para mais de 40% da população brasileira, como apontam dados da Nielsen Brasil.

Então não há nada de realmente positivo nesta flexibilização? Muito pelo contrário. A ampliação do horário de funcionamento é a principal sinalização de que as coisas estão começando a voltar a funcionar como antes. E, mesmo que não seja apenas por essa alteração, toda a sociedade e economia do País voltam a ver suas engrenagens girando. Ademais, ver os estabelecimentos atendendo até mais tarde e recebendo mais pessoas já vem gerando também um efeito tranquilizante no público, que não necessariamente irá aos bares, shoppings, academias no horário estendido, mas começa a se sentir mais à vontade para retomar algumas atividades nos outros horários já liberados há mais tempo.

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Essas novas regras, que permitem acesso aos estabelecimentos até às 22h, e permanência até às 23h, vigoram - a princípio - até o dia 31 de julho em todo o território do estado de São Paulo. Além do horário, a capacidade de ocupação também foi ampliada de 40% para 60%. A última mudança teve início em 18 de abril, quando o Governo de São Paulo iniciou a fase de transição, e permaneceu assim até o início de julho. A tendência para os próximos meses é vermos nosso comércio atendendo cada vez mais pessoas, em horários cada vez mais flexíveis.

*Mauricio Romiti é diretor administrativo e financeiro da Nassau Empreendimentos

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