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O futuro do equity crowdfunding também é delas

Por Camila Nasser
Atualização:
Camila Nasser. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A Venture Capital (VC) First Round, uma das primeiras investidoras do Uber, carrega logo na entrada do escritório, no Vale do Silício, o slogan "O futuro é (das) fundadoras". Em 2015, ao completar 10 anos de mercado, a empresa analisou a performance de seu portfólio -- 300 startups investidas, 600 fundadores - e descobriu, que empresas com pelo menos uma fundadora, performaram 63% melhor que as fundadas apenas por homens.

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Assim como a First Round Capital, muitas outras pesquisas já comprovaram que equipes com maior diversidade têm melhor desempenho e retorno financeiro. Ainda assim, em um mercado onde potenciais de negócios e equipes deveriam ser os fatores determinantes ao sucesso, as oportunidades para mulheres são mais escassas:

O Female Founders Report, lançado esse ano pelo Distrito, apontou que apenas 4,7% das startups brasileiras são fundadas exclusivamente por mulheres, e receberam apenas 0,04% do total aportado em Venture Capital em 2020. Ou seja, as mulheres ainda encontram barreiras para alavancarem em determinados mercados que hoje possuem grandes oportunidades de sucesso.

Mas veja que interessante, segundo a U.S Small Business Administration, quando há uma mulher à frente dos investimentos, o aporte em empreendedoras quase triplica (34% vs 13%). Em casos com mulheres CEOs, a discrepância é ainda maior (58% vs 15%).  Essa correlação ocorre, em parte, porque a maioria das startups de mulheres está ligada a mercados considerados historicamente femininos como moda e beleza, que são menos visados por investidores.

Soma-se a isso a tendência dos investidores de aportar dentro de suas redes (ou com recomendações) como meio de aplacar os riscos. E a rede de contatos dos homens é majoritariamente masculina, o que cria uma barreira de acesso às mulheres.

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Estamos vendo boas iniciativas que visam mudar a dinâmica do mercado de venture capital, como a WeVentures, fundo de VC focado em mulheres, a B2Mommy, aceleradora feminina, entre outras. Mas a mudança concreta não precisa depender apenas do investidor institucional. Vejo, no equity crowdfunding, um verdadeiro motor de mudança para o empreendedorismo feminino.

Vamos acabar com o monopólio masculino

Com o equity crowdfunding não é necessário trabalhar com venture capital: todas podem investir em startups. Estamos falando de milhões de pessoas com acesso a negócios de alto potencial de crescimento e impacto, investindo no que acreditam e expandindo suas redes para além das fronteiras geográficas e sociais.

Para as fundadoras mulheres, é o acesso a capital muitas vezes qualificado e composto de verdadeiros embaixadores de sua marca.Acredito que o momento é ideal para construirmos uma comunidade diversificada, capaz de impulsionar o empreendedorismo de forma igualitária para mulheres e as demais minorias sub-representadas no mercado tradicional. No final, o que queremos é dar oportunidades iguais para os igualmente talentosos, independentemente do gênero, raça ou origem.

*Camila Nasser, cofundadora e CEO Kria

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