Pedra no Caminho prendeu 14 investigados, entre eles Laurence Casagrande, ex-diretor-presidente da Dersa e ex-secretário de Logística e Transportes do governo Alckmin (PSDB). Laurence nega taxativamente ligação com desvios nas obras, segundo seu advogado, o criminalista Eduardo Carnelós.
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A conversa grampeada pela PF em 11 de setembro do ano passado durou quase dois minutos. Segundo a PF, benedito Trida ouviu uma 'queixa' do interlocutor sobre um possível atraso em algum pagamento.
"Benedito Trida, em determinado trecho da ligação, fala que o dinheiro está indo e não está voltando para os 'parceiros da obra', afirma ainda ao seu interlocutor que levará essa situação ao Pedro (possivelmente Pedro da Silva, diretor de Engenharia da Dersa S/A), o qual visitaria o canteiro de obras no dia seguinte. Benedito parece estar preocupado e diz que eles têm pagar os parceiros, e que não vão aceitar isso", registra a PF em relatório.
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Em um trecho do diálogo, Trida diz a seu interlocutor, um tal Márcio. "E vou por a mão no Pedro, falar 'Pedro, os caras que estão sendo parceiros do Rogério...ele tá fudendo todo mundo. Tô falando isso sem saber do teu caso como é que tá'."
"Ah, mesma coisa, mesma coisa", afirma o homem identificado como Márcio.
"Era isso que você queria falar comigo?", pergunta Trida.
"É também! É foda!", diz Márcio.
"Então, eu vou amanhã falar... eu já avisei o Rogério. Amanhã eu vou falar pro Pedro na visita", diz o fiscal da Dersa.
"É isso aí", responde Márcio.
"Eu arrumo. A gente tenta ajudar com os parceiros, mas você não paga os parceiros. O dinheiro da obra está indo embora e não tá voltando", diz o engenheiro fiscal do lote 2.
"É isso aí, exatamente isso mesmo. É duro aguentar. O coisa ligou pra você também? O Márcio? Não pagou nada?", questiona o interlocutor.
"Tá, recebeu 100 pau aí, não sei quando aí", afirma o fiscal.
"Ah, vai tomar banho, bicho", diz Márcio.
"Ah, não. Que é isso? O dinheiro sai daqui é pra nego fazer festa fora da obra, não! Tá louco!", retorna o fiscal.