Seja rio acima ou água abaixo,
Em mares turvos ou hialinos;
Em árvores feitas e sombreadas,
ou em paisagens carbonizadas;
Em oceanos agitados
ou em meio à bruma relaxante das ondas,
Nossas margens enamorar-se-ão sempre,
fitando o infinito incompreendido e os ipês-amarelos,
Ecoando o grito eloquente dos loucos e a paz reconfortante dos sábios;
Somos dois pássaros embalados pelo mesmo maestro:
o amor recíproco incomensurável!
Amo-te deveras,
como o peixe deseja ardentemente as águas das cachoeiras...
Nas inevitáveis provações do deserto da vida,
Tu és minha Rosa de Jericó;
Tão rara e valiosa quanto uma Flor de Kadupul.
Sou um colibri inteligente:
Contra as intempéries do destino,
Construí meu ninho num carvalho.
E nada o derruba!
*João Linhares Júnior, promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, atuante em Dourados. Mestre em Garantismo e Processo Penal pela Universidade de Girona (Espanha) e pós-graduado em Jurisdição Constitucional e Direitos Fundamentais pela PUC-RJ