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O arquivo secreto do cunhado de Marcelo Odebrecht

Coleção de dispositivos de armazenamento criptografados foi apreendida na Operação Carbonara Chimica, Lava Jato 63, em poder do ex-vice Jurídico da empreiteira Maurício Ferro; conteúdo será aberto pela perícia da PF

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Fausto Macedo
Por Ricardo Brandt , Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

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A Polícia Federal apreendeu uma coleção de pen drives na casa do vice-presidente Jurídico da Odebrecht Maurício Ferro, no âmbito da 63ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbonara Chimica. Entre os aparelhos apreendidos, estão também quatro chaves de criptografia que podem dar acesso a pastas da Planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht que até então estão inacessíveis para o Ministério Público. 

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IRON KEYS

No total, foram apreendidos 36 dispositivos, dos quais quatro são as chaves de criptografia, e outros 32 são pen drives. Alguns deles trazem rótulos com referências a investigações da Lava Jato, como "E-mails de MO na ação de Bendine" - a delação de Marcelo embasou denúncia contra o ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, sentenciado a 7 anos e 9 meses de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Aldemir Bendine.

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Ferro é o único executivo da empreiteira que não fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato, informou o superintendente. Ao todo, 77 executivos da empreiteira decidiram colaborar com a Justiça e revelaram uma rotina de pagamentos de propinas a políticos e agentes públicos.

Segundo afirmou Luciano Flores de Lima, superintendente regional da Polícia Federal no Paraná, em coletiva à imprensa, as chaves apreendidas na casa de Ferro já eram objeto de buscas em operações anteriores. Informações obtidas em colaborações apontavam que o ex-jurídico da Odebrecht poderia estar de posse delas.

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'Esses dados serão analisados e entregues para o Ministério Público, inclusive para a verificação do crime de obstrução de Justiça', disse o delegado da PF.

Operação Carbonara Chimica, fase 63 da Lava Jato deflagrada nesta quarta, 21, investiga os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à edição das medidas provisórias (MPs) 470 e 472, em 2009, no Governo Lula, que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.

 

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