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O antagonismo da tecnologia no mercado financeiro

Por Luiz Fernando Schvartzman
Atualização:
Luiz Fernando Schvartzman. FOTO: NATHALIA CURTI Foto: Estadão

A tecnologia não é mais o privilégio de alguns, mas a necessidade de todos. Desde o pequeno mercadinho do bairro, com um sistema para controle de estoque, caixa e pagamento, até na fazenda com modernos aplicativos e sistemas para entender sobre chuvas, plantações, pragas e remédios, ninguém mais está alheio à tecnologia. Tudo isso abriu um mundo de oportunidades.

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Todos os antigos negócios, setores e empresas podem ser "recriadas" utilizando tecnologia. Seja mudando processos, incluindo facilidades para seus clientes ou até mesmo na oferta de novos produtos e serviços. Mas tudo isso tem seus pontos positivos e negativos. Praticamente, de alguma forma, todos os mercados estão sob influência da tecnologia e o financeiro não é diferente.

Recentemente, o Banco Central instituiu o PIX, que permite transações instantâneas e imediatas de forma muito simples. Ainda assim demorou. Até pouco tempo atrás (menos de 1 ano) não era possível fazer uma transferência online depois das 18hrs, teria que ser programado para o dia seguinte. Ora, mas se é online, será que os robôs dos bancos estão descansando neste horário? Não fazia muito sentido!

Os aplicativos e o internet banking evoluíram muito, possibilitando aos usuários realizar diversas atividades sem precisar comparecer às agências conversar com seu gerente e ter mais clareza sobre suas informações financeiras. Mas, por outro lado, o excesso de liberdade e pesos diferentes podem levar o consumidor a um caminho prejudicial.

É muito fácil tomar crédito, mas difícil saber se realmente era necessário. É muito simples cair no cheque especial e contrair altas dívidas, basta gastar mais do que seu saldo. Porém, existem poucos mecanismos para ajudar a sair das dívidas. Investir tem sido cada vez mais fácil, entretanto, entender as taxas e resgatar um investimento ou uma previdência privada nem sempre é tão simples.

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Se, por um lado, a tecnologia facilitou os trâmites de diversas atividades corriqueiras, por outro, estimulou o descontrole e consumo por impulso. Muitas empresas utilizam de artimanhas tecnológicas para induzir seus clientes a tomar decisões que beneficiam a empresa, indo, inclusive, na direção contrária ao que realmente seja bom para o cliente.

O Open Banking é um enorme passo na qualidade e justiça aos clientes. Afinal, a iniciativa permitirá o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras com a permissão e consentimento do mesmo. Desta forma, as instituições financeiras terão que ser mais justas e honestas, pois os clientes poderão buscar novas informações e decisões mais assertivas, privilegiando a concorrência e, sobretudo, o benefício do cliente.

Poucas empresas têm a coragem de ser claras e oferecer a mesma oportunidade para o cliente dizer sim ou não. Mas isso está mudando e o Open Banking vai tornar isso ainda mais necessário. A tecnologia deve ser justa e benéfica para todos. Diante deste cenário, as fintechs têm sido grandes aliadas para ajudar todas as demandas do mercado. Cada uma com a sua demanda, facilidade, tecnologia e objetivo.

O mercado está em constante evolução, assim como o ser humano, por isso, é importante entender e buscar soluções que façam sentido de acordo com a sua necessidade e finalidade.

*Luiz Fernando Schvartzman, CEO da Vista Fintech

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