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O ano começou!

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Por Ederaldo Lima
Atualização:
Ederaldo Lima. FOTO: DIVULGAÇÃO  

Enfim começamos o ano de 2018, é bem assim que a população deve se sentir, pagamos todos os tributos necessários para que possamos viver num país que segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem a 13ª maior carga tributária do mundo. Mas, entre os 30 países com a maior carga tributária do mundo é o último em retorno a população, o famoso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

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É impressionante entender que até a data atual os brasileiros já pagaram de tributos o valor de R$ 1.115.320.780.654,65 segundo dados do Impostômetro, estamos falando já na casa dos trilhões, a Receita Federal em seu último balanço divulgado no mês de abril de 2018 já comemorava um aumento na arrecadação no percentual de 8,42% a mais que o primeiro trimestre de 2017.

A questão é como comemorar o aumento de arrecadação em um país onde a população está passando fome, o desemprego está batendo a porta de vários lares, greve dos caminhoneiros, como não pensar que os brasileiros e trabalhadores precisam de uma trégua na legislação para poder respirar e voltar a crescer.

Um país que só pensa em arrecadação e aumentar o dinheiro nos cofres públicos não pensa em crescimento, volto à questão da Governança Corporativa para fazer alusão à situação atual brasileira, os 04 pilares tão importante de qualquer organização não é seguida pelos gestores deste barco a deriva chamado Brasil.

O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), mais uma vez divulgou dados do quanto o brasileiro trabalha para pagar impostos, e reafirmou a tendência de anos anteriores, com o resultado de 153 dias, Ou seja, o brasileiro começa a viver e ter a sua renda sem ter a interferência do Governo a partir do dia 3 de junho. Este tem um semestre inteiro à renda destinada para pagar imposto sobre bens e serviços.

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Há de se acrescentar que o brasileiro ainda tem que pagar o seguro de saúde, pois infelizmente não tem um atendimento de qualidade na rede pública na maioria das vezes. Este ainda precisa pagar escolar ou universidade particular para os dependentes, e mais uma série de situações, como segurança pública, pois o serviço público deixa a desejar.

O que temos de diferente para Austrália? Que é o primeiro país do mundo em retorno a população, a temos muitas coisas, e a primeira e fundamental para toda esta história seja a cultura. Uma cultura voltada para valorização do ser humano e para o bem estar da sociedade, tanto isto que a cidade com a melhor qualidade de vida no mundo segundo estudos da BBC de 2018 é Melbourne.

Com todas estas informações, o brasileiro começa a viver e a projetar o seu ano de 2018, comprar carro, adquirir um imóvel e terá somente 06 meses para isto, pois em janeiro de 2019 já precisará se comprometer novamente com o Governo.

É preciso mudar muita coisa no país, a política, as pessoas, os gestores, mas principalmente esta cultura de aceitar o que é imposto e de não se organizar, tem que se organizar dentro deste emaranhado de legislação e buscar alternativas, caso contrário serão 6 meses para o Governo e outros 06 meses para pagar as demais dívidas.

Faça um planejamento estratégico, tributário e procure ter boas informações e referências, utilize o ano que começa para projetar algo diferente e não somente o pagamento de dívidas e viva com qualidade.

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*Ederaldo Lima, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Mestre em Ciências Contábeis e Membro Associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

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