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Novos tempos, novas respostas

Por Vera Valente
Atualização:
Vera Valente. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O país vive uma nova era de reformas. Novos tempos pedem novas soluções, novos desafios exigem respostas distintas daquelas que já valeram no passado. É bom que assim seja. Na saúde suplementar, não é diferente: promover saúde e bem-estar para as pessoas é mudar todo dia.

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Nosso setor sente hoje a pressão de mudanças estruturais que impactam a saúde tanto aqui quanto no resto do mundo. As pessoas, felizmente, estão vivendo mais e, também por isso, demandam mais assistência médica. O perfil epidemiológico concentra-se cada vez mais em doenças crônicas, que, por sua vez, também exigem cuidados prolongados.

Por fim, mas não menos importante, a vida cotidiana é cada vez mais influenciada pelas novas tecnologias. Na saúde, onde estão algumas das descobertas mais avançadas da ciência, isso é levado ao paroxismo. É bom porque amplia nosso arsenal para curar e salvar vidas, mas gera custos que, normalmente, são sempre muito, muito altos.

Não estamos parados vendo o mundo mudar. Queremos mudar junto. Em fins de outubro, a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) reuniu, em Brasília, as principais lideranças da saúde brasileira para buscar respostas para a seguinte questão: como ampliar o acesso de mais brasileiros à assistência de qualidade prestada pelas operadoras de planos e seguros de saúde privados?

As respostas não são simples, mas estão ao alcance das mãos. Basta sabermos trabalhar em conjunto.

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A boa notícia é que é praticamente consenso que, tal como está, a saúde brasileira não pode continuar. Há uma séria crise de financiamento que afeta tanto o setor público quanto o privado. De um lado, os governos, em todos os níveis da federação, estão em severas dificuldades fiscais. Do outro, a queda da renda e o desemprego diminuíram a capacidade de empresas e famílias contratarem coberturas privadas de saúde.

Nós também pretendemos ser parte de uma mudança que transforme a saúde brasileira para melhor, a fim de que mais pessoas possam dispor de atendimento adequado. Nossas propostas, reunidas no documento "Mais Saúde: Uma nova saúde suplementar para mais brasileiros", que você pode ler neste link (http://fenasaude.org.br/publicacoes/uma-nova-saude-suplementar-para-mais-brasileiros.html), buscam abrir as portas dos planos e seguros de saúde para quem hoje só tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como alternativa de tratamento.

São duas as principais iniciativas neste sentido. A primeira é retomar a comercialização de planos individuais, que hoje atendem apenas 20% dos 47 milhões de beneficiários com assistência médico-hospitalar. Nossa proposta é que eles deixem de ter seus reajustes limitados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de modo que o acirramento da concorrência entre as operadoras resulte em preços ao mesmo tempo atrativos para quem quer ter um plano de saúde e sustentáveis para quem for oferecê-los no mercado.

Hoje, infelizmente, não é assim. Com as mudanças estruturais às quais me referi acima, os custos médicos sobem numa velocidade muito maior que a inflação geral e mesmo acima dos percentuais que a ANS autoriza aplicar aos preços praticados. Aos números: nos últimos dez anos, para uma variação dos custos médico-hospitalares de 189%, os reajustes permitidos pelo órgão regulador foram de 155%. Assim, não há conta que feche.

Outra medida que defendemos é a ampliação das opções de cobertura que as operadoras podem ofertar aos interessados em um plano de saúde. Hoje a legislação limita-as a apenas cinco modalidades, que, para muitos, estão ficando caras demais. Queremos que o beneficiário possa ter alternativas que melhor se adequem a suas necessidades de saúde e caibam no seu bolso. Em qualquer mercado, vale a máxima: maiores as escolhas, menores os preços. Na saúde suplementar não é diferente.

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Da mesma forma que nota-se consenso crescente em torno da necessidade de buscar novas soluções para a saúde, pública ou privada, também é nítido que as respostas às dificuldades diagnosticadas também estão convergindo. Operadoras, contratantes, reguladores, beneficiários e, de forma cada vez mais crescente, prestadores de serviço estão conscientes de que a saúde precisa ser mais eficiente, o que se traduz em produzir melhores resultados para os pacientes a custos menores.

A palavra de ordem da saúde, aqui como alhures, é prevenir doenças e não apenas dedicar-se a tratá-las. Cada vez mais, o foco precisa estar na qualidade do serviço prestado, nos desfechos produzidos, no desempenho em termos de melhor atendimento às pessoas. A saúde precisa dar alguns passos adiante, e dará. Os 15 grupos de operadoras associadas à FenaSaúde, responsáveis por cuidar de 26 milhões de brasileiros, estão atuando com afinco para que o sistema suplementar seja parte desta solução.

*Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde

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