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Novo 02 da PF nega problema de produtividade na gestão de ex-chefe do Rio preterido por Bolsonaro

Em depoimento nesta quarta-feira, 13, na Polícia Federal em Brasília, delegado Carlos Henrique Oliveira, que assumiu a Diretoria Executiva da corporação, afirma que performance da Superintendência Regional do Rio 'vinha evoluindo', alcançando sua melhor classificação sob comando do delegado Ricardo Saadi, que caiu em agosto de 2019 por ordem do presidente

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Por Fausto Macedo e Paulo Roberto Netto
Atualização:

O delegado Carlos Henrique Oliveira, atual diretor-executivo da Polícia Federal, rebateu em depoimento que a saída do ex-superintendente do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, se deu por 'questões de produtividade'. A acusação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto do ano passado, que tentou emplacar um nome de sua escolha para comandar a corporação no Estado.

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Oliveira foi superintendente no Rio de Janeiro após a saída de Ricardo Saadi, que informou em depoimento que sua exoneração foi antecipada em agosto do ano passado e sem justificativa clara. Segundo Oliveira, a produtividade da PF Rio 'vinha evoluindo, tendo alcançado a sua melhor classificação durante a gestão do delegado Saadi'.

O delegado assumiu o posto de número dois na PF, em Brasília, e deixou a chefia no Rio para o delegado Tácio Muzzi, a convite do atual diretor-geral Rolando Alexandre de Souza. Ele negou ter recebido pedidos de informações sobre inquéritos relacionados a familiares de Bolsonaro e disse que, enquanto foi superintendente no Rio, só tinha conhecimento de uma investigação no âmbito eleitoral, 'que já foi relatado e não houve indiciamento'.

O caso é inquérito sigiloso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, que apurou suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018. Os resultados da investigação foram encaminhados em março para a Justiça Eleitoral.

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Ao recordar o período que assumiu o comando da PF-RJ, Oliveira destacou que 'houve demora' em sua nomeação, e isso derivou de manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro, noticiada na imprensa, no sentido que ele, o presidente, desejava que outro delegado assumisse o cargo'.

O delegado Carlos Henrique Oliveira, atual 'número dois' da Polícia Federal. Foto: Roberta Guimarães/Alepe

À época, Bolsonaro tentou emplacar o nome do delegado Alexandre Saraiva, superintendente da PF no Amazonas.

De acordo com Oliveira, a demora foi explicada pelo então diretor-geral Maurício Valeixo, que disse que a situação 'estaria sendo resolvida'. O delegado assumiria a superintendência em novembro, após os atritos entre Bolsonaro e Moro sobre o nome que comandaria a PF fluminense.

Nomeação. Segundo Oliveira, o convite para deixar a chefia da PF no Rio foi feito pelo atual diretor-geral da corporação, Rolando Alexandre de Souza, no domingo que 'antecedeu a nomeação do delegado Rolando', ou seja, 3 de maio.

Oliveira disse que iria pensar na proposta e, no fim da noite, retornou a ligação para aceitar a proposta, destacando que gostaria que o delegado Tácio Muzzi assumisse seu lugar. Rolando inicialmente disse que conhecia e respeitava o delegado, mas não fez nenhuma confirmação - esta só veio no dia seguinte.

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Aos investigadores, Oliveira falou que não recebeu nenhum convite do tipo feito pelo delegado Alexandre Ramagem, que chegou a ser nomeado para a direção-geral da Polícia Federal.

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