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Operação Mascate prende 'Arizinho', mais um operador do esquema de Cabral

Nova fase da Operação Calicute mira em Ari Ferreira da Costa Filho, próximo do ex-governador desde quando o peemedebista era deputado estadual

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Foto do author Fausto Macedo
Por Fabio Serapião , Fausto Macedo e Mateus Coutinho
Atualização:

Sérgio Cabral deixa Curitiba. Foto: Geraldo Bubniak/Agência O Globo

A Polícia Federal e a Procuradoria da República no Rio deflagraram na manhã desta quinta-feira, 2, a Operação Mascate, nova fase da Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio que levou à prisão o ex-governado Sérgio Cabral (PMDB), para prender preventivamente Ary Ferreira da Costa Filho,conhecido como 'Arizinho' e apontado como mais um operador de propinas do peemedebista. Homem de confiança do ex-governador, ele e suspeito de lavar ao menos R$ 10 milhões, dos quais R$ 8 milhões teriam ido para Cabral.

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Ao todo, 25 policiais cumprem o mandado de prisão preventiva de Ary e oito mandados de busca e apreensão em imóveis de Ary e de pessoas ligadas ao operador, que é servidor da Secretaria de Estado da Fazenda do Rio, era cedido à Secretaria da Casa Civil e foi exonerado em 6 de dezembro de 2016.

Na manhã desta quinta-feira, 2, a Polícia Federal foi à residência dele, na Barra, mas não o localizaram. Ele foi detido a tarde pela Polícia Rodoviária Federal na Rodovia Dutra, na região de Nova Iguaçu.

As investigações apontam que a lavagem de dinheiro foi realizada em diversas operações ao longo de oito anos. O operador financeiro atuava repassando os valores supostamente ilícitos à concessionárias de veículos pertencentes ao mesmo grupo familiar.

O dinheiro retornava através de contratos fictícios firmados entre consultorias de fachada e essas revendedoras de automóveis.

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Outra parte dos valores entregue a um dos sócios foi utilizado para a aquisição de 7 imóveis que foram registrados em nome de uma empresa imobiliária pertencente ao mesmo empresário. Fazendo com que o dinheiro retornasse com aparente licitude quando da venda dos bens.

A Justiça Federal no Rio já havia decretado a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Ary, além de ter determinado o sequestro dos bens dele, acusado pelos delatores Renato e Marcelo Chebar, que controlavam contas secretas de Cabral no exterior, de lavar R$ 8 milhões em propinas.

Acusado de intermediar a lavagem de dinheiro e os pagamentos de propina, 'Arizinho' começou a trabalhar com Cabral na década de 1980, quando o peemedebista era deputado estadual e, segundo as investigações, em 1996 ele começou a trabalhar em um cargo comissionado no gabinete de Cabral.

Posteriormente, teve passagens por várias secretarias no governo do peemedebista no Rio. Ari se tornou assessor especial do ex-governador e estava no governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) até poucos dias atrás.

Essa já é a terceira operação policial contra o esquema de corrupção do grupo supostamente liderado por Sérgio Cabral e que teria arrecadado milhões em propinas de obras de grandes empreiteiras com o Estado quando ele foi governador do Rio, de 2007 a 2014. A operação foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.

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Ao menos nove acusados de atuarem como operadores financeiros do esquema de Cabral, entre doleiros e responsáveis por cobrar e transportar os pagamentos ilícitos, já foram presos pela PF no Rio desde que a Operação Calicute foi deflagrada em 17 de novembro de 2016.

 

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