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Enquanto plano do governo recomenda distanciamento social, Pazuello participa de confraternização com Zezé Di Camargo

O encontro ocorreu na residência de Ibaneis Rocha no Lago Sul, bairro famoso pelas mansões luxuosas em Brasília. Governador e ministro já foram infectados pelo novo coronavírus

Por Rafael Moraes Moura/ BRASÍLIA
Atualização:
 

Crédito: Reprodução

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No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou público o plano nacional de imunização do Palácio do Planalto contra o novo coronavírus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi à residência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para um almoço que contou com a presença do cantor sertanejo Zezé Di Camargo. Os três posaram para fotos, sem máscara.

Segundo o plano do Ministério da Saúde, sem a vacina, seria necessário adotar medidas de distanciamento social de um a dois anos para evitar o colapso dos serviços de saúde. Um grupo de especialistas que fez parte do comitê que assessorou governo na elaboração do plano e cujos nomes constam na lista de colaboradores do documento divulgou nota na noite deste sábado, 12, informando não ter sido consultado sobre a versão final do texto.

O encontro de Pazuello, que não foi comunicado na agenda oficial do ministro, ocorreu na residência de Ibaneis no Lago Sul, bairro famoso pelas mansões luxuosas à beira do Lago Paranoá, cartão postal de Brasília. Pazuello e Ibaneis já foram infectados pelo novo coronavírus.

De acordo com a assessoria do governador, o almoço foi oferecido em retribuição ao cantor sertanejo. Isso porque Zezé Di Camargo ofereceu, no mês passado, hospedagem pra Ibaneis, na fazenda "É o amor', em Goiás.

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Procurado, o Ministério da Saúde não havia se manifestado até a publicação deste texto sobre o almoço do ministro. A agenda oficial de Pazuello não previa compromissos neste sábado.

Na última sexta-feira, o Brasil ultrapassou a marca de 180 mil mortos pelo novo coronavírus.

Plano sem data

O governo federal entregou na última sexta-feira, 11, ao Supremo o plano nacional de imunização contra a covid-19, sem prever uma data para começar a vacinar. O documento foi enviado ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, nas vésperas do julgamento marcado para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação, por parte do Palácio do Planalto, de um plano contra a doença. A divulgação do plano ocorre em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o protagonismo na vacinação contra o novo coronavírus.

Inicialmente, Pazuello previu o início da vacinação para março. Na semana passada, porém, disse que poderia começar no fim de fevereiro. Em uma terceira mudança de data, ele falou que a imunização poderia começar ainda este mês, se houvesse aprovação de uso emergencial de vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nenhuma data, porém, foi citada no plano. O início da campanha ainda este ano é considerado improvável dentro do próprio ministério.

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O ministério estima que serão necessárias 108,3 milhões de doses para imunizar todos os grupos prioritários em quatro fases, considerando a aplicação de duas doses. Esses grupos - que incluem profissionais de saúde, idosos, indígenas, forças de segurança e professores - têm cerca de 51,4 milhões de brasileiros, um terço do contingente estimado pelo governo que teria de ser vacinado com um imunizante altamente eficaz para barrar a disseminação do vírus. Também é estimada perda de 5% de imunizantes durante o processo.

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